Estrela brasileira no céu azul

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.

O Brasil era pobre, mas o brasileiro era bem recebido. Hoje, nem isso. Hoje, que o governo federal se orgulha de ter transformado o Brasil em pária entre as nações, podemos voar livremente, ou quase livremente, para oito países

Sim, já houve época em que Varig, Panair, Vasp, Transbrasil e TAM eram embaixadoras do Brasil no exterior. Respeitadas internacionalmente, era em seus escritórios que os brasileiros no exterior liam jornal e tomavam cafezinho; eram seus pilotos que traziam remédios do exterior, sem frete.

Hoje, que o governo federal se orgulha de ter transformado o Brasil em pária entre as nações, podemos voar livremente, ou quase livremente, para oito países: México, República Centro-Africana, Nauru, Tonga, Costa Rica, Afeganistão e Albânia. Senhores passageiros, sejam bem-vindos a seus destinos de comércio e de turismo e tenham uma boa viagem pela Bolsonair!

Temos oito destinos dos quais dois valem a pena. E 217 países restringem a entrada de passageiros vindos do Brasil. Nada ideológico: Europa Unida, Estados Unidos, Rússia, China, Cuba, Argentina, Chile, Canadá, Inglaterra, Israel, Irã, Turquia impõem sérias restrições aos viajantes provenientes de nosso país tropical. Este colunista passou por diversas fases em voos internacionais: a fase Pelé, a fase samba-mulher-futebol, a fase da ditadura militar, a fase Amazônia, e até, surpreendentemente, uma fase Jorge Amado, em que a Europa intelectual discutia a opção menos partidarizada de seus romances. A fase atual – “bote esse cara na quarentena e cobre adiantado” – me era desconhecida. O Brasil era pobre, mas o brasileiro era bem recebido. Hoje o brasileiro, vetor de vírus, é mal recebido. E o Brasil continua pobre.

Notícia dura 1

Informação exclusiva da revista Veja desta semana: o presidente Jair Bolsonaro terá de fazer nova cirurgia no abdome, ainda em consequência da facada que sofreu na campanha eleitoral de 2018. A cirurgia, a quinta desde o atentado, ainda não tem data marcada. Bolsonaro está com 66 anos.

Notícia dura 2

O prefeito paulistano Bruno Covas, PSDB, que há anos trata de câncer, sofreu novas metástases. O câncer atingiu fígado e ossos. O Hospital Sírio Libanês, diante do novo quadro, informou que haverá algumas mudanças no tratamento, com ênfase em imunoterapia. Bruno Covas tem 41 anos.

Ótima notícia

O ministro da Saúde de Israel, Yuli Edelstein, confirmou que, a partir deste domingo, dia 18, o uso de máscaras ao ar livre deixa de ser obrigatório. Com a maciça campanha de vacinação, o número de casos de Covid desabou em Israel. Continua obrigatório usar máscara em recintos fechados.

Notícia quente

O CEO da Pfizer, Albert Bourla, homenageado na festa de independência de Israel, disse que é possível ocorrer a necessidade de uma terceira dose, talvez diante de novas mutações do coronavírus. É uma hipótese em estudos, ainda não definida. A análise dos dados de Israel, o país pioneiro na vacinação em massa, será um dos pontos principais da decisão da Pfizer.

Balanço eleitoral

Como não disse o lendário presidente do Corinthians, Vicente Matheus, pesquisa é pesquisa e vice-versa. A pesquisa PoderData que aqui publicamos deve ser encarada como retrato de agora e não como antecipação dos dados das eleições, que se realizarão daqui a mais de um ano. A situação fica ainda mais enigmática quando lembramos que a pesquisa saiu na quarta-feira, dois dias antes da informação de que Bolsonaro será submetido a nova cirurgia.

Pela pesquisa, Lula e Bolsonaro estão tecnicamente empatados no primeiro turno das eleições do ano que vem, ficando Lula, com 34%, acima de Bolsonaro, com 31% – a margem de erro, que leva ao empate técnico, é de 1,8 ponto percentual. Só 13% dos eleitores, ou 19,2 milhões de pessoas, não querem votar nem em Lula nem em Bolsonaro. O resultado é muito parecido com o de um mês atrás, com variação mínima.

Batendo no chão

Já o prestígio de Bolsonaro parece ter batido no chão e parado de cair. A rejeição a seu trabalho está tecnicamente no mesmo nível da última pesquisa: foi de 59% a 56%, apesar dos sucessivos recordes de morte por coronavírus.

Mourão em alta

A ministra Carmen Lúcia, do Supremo, ordenou ao presidente da Câmara, Arthur Lira, que fale sobre o prazo de cinco dias para analisar os processos de impeachment do presidente da República. Comentário de Bolsonaro:

“Só Deus me tira da cadeira presidencial”.

O general Hamilton Mourão jamais havia recebido tamanho elogio.

Não gaste feito louco

O governo federal prevê, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que o mínimo ficará em R$ 1.147,00, com aumento suficiente apenas para compensar a inflação do período. Na prática, o mínimo ficará sem aumento pelo terceiro ano consecutivo. Lembrando: só as duas férias que Bolsonaro já tirou neste ano custaram ao Tesouro R$ 2,5 milhões.

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