Autoridades dos EUA se reuniram com representantes do governo venezuelano para discutir as exportações de petróleo para substituir o da Rússia.
Em reportagem publicada este domingo, o jornal norte-americano The Wall Street Journal observou que durante uma reunião as missões diplomáticas dos Estados Unidos e da Venezuela discutiram as exportações de petróleo e o levantamento da proibição de importação de petróleo do país latino-americano às refinarias norte-americanas.
Mais cedo, algumas fontes dos EUA informaram que a Casa Branca estava considerando sanções às exportações russas de petróleo e gás.
Citando fontes norte-americanas bem informadas, o Wall Street Journal afirmou que o petróleo venezuelano entraria nos mercados internacionais com base em propostas feitas pelo governo dos EUA durante uma reunião com funcionários do presidente venezuelano Nicolás Maduro.
A delegação dos EUA vem se reunindo com autoridades venezuelanas desde sábado, mas não está claro se as negociações continuam ou foram concluídas. Nenhum funcionário do governo venezuelano comentou o assunto.
De fato, Washington procura isolar a Rússia de seu aliado mais importante na América do Sul, a Venezuela, fornecedor essencial de petróleo bruto para os EUA, até que as sanções coercitivas do país norte-americano afetassem o setor petrolífero da nação bolivariana.
Ao afrouxar as sanções, os EUA redirecionariam as exportações de petróleo venezuelano de uma rede de exportação com destino à China e de volta às refinarias da Costa do Golfo que processam o petróleo pesado que a Venezuela produz, disseram pessoas familiarizadas com o pensamento do governo sobre o assunto.
O jornal americano The New York Times (NYT) informou neste sábado que vários altos funcionários dos EUA viajarão à Venezuela neste fim de semana em uma visita que ocorre três anos depois que Washington rompeu relações diplomáticas com o governo de Nicolás Maduro e fechou sua embaixada em Caracas em 2019, após reconhecer o líder da oposição Juan Guaidó como presidente da Venezuela.
Segundo o jornal, quando os Estados Unidos e seus aliados começaram a considerar este mês a possibilidade de impor sanções às exportações russas de petróleo e gás por sua operação militar na Ucrânia, políticos proeminentes afiliados aos dois principais partidos norte-americanos apontaram a Venezuela como um possível substituto do petróleo russo.
Há quatro dias, o presidente venezuelano condenou as sanções contra a Rússia, chamando o que estavam fazendo contra o povo russo de crime, loucura e guerra econômica. Maduro enfatizou que as guerras econômicas devem terminar e os problemas do mundo devem ser resolvidos por meio da diplomacia e da política.
A visita da delegação dos EUA a Caracas ocorre quando o governo dos EUA não poupou esforços para derrubar o governo legítimo de Maduro há anos e já impôs duras sanções econômicas ao país.