Na ânsia de responder à repugnante guerra movida por Putin, o Ocidente tem exagerado nas retaliações
Gerard Depardieu nasceu na França há 73 anos e se naturalizou russo em 2013. Mora em Novosibirski, na Sibéria, por dois motivos: para pagar menos impostos que os cobrados na França e por ser amigo de Putin. “Eu amo muito o presidente Vladimir Putin, e é mútuo”. Mas é contra a invasão da Ucrânia: “Rússia e Ucrânia sempre foram países irmãos. Eu digo: parem com as armas e negociem. Sou contra essa guerra fratricida”.
Na ânsia de responder à repugnante guerra movida por Putin, o Ocidente tem exagerado nas retaliações. Bloquear os fundos russos, perfeito: são eles que financiam a guerra. Bloquear o comércio com os russos, OK: é criando dificuldades para que os agressores tenham problemas internos que surgem oportunidades de colocar um fim na guerra. Confiscar iates, mansões e jatos dos bilionários russos pode colocá-los contra Putin – além disso, sabe-se que petrolão e rachadinhas, na Rússia, só servem para troco. Dinheiro de pinga.
Mas proibir gatos russos nas mostras da Federação Felina Internacional já chega à fronteira da galhofa. Proibir que um maestro russo participe de um concerto para o qual foi convidado, pense o que pensar da guerra, é absurdo.
Mas voltemos a Depardieu, que representa Obélix em filmes baseados nas histórias em quadrinhos. Será impedido de representar um dos irredutíveis gauleses que, com Astérix, Panoramix, Abraracurcix e o cãozinho Ideiafix, impedem o Império Romano de proclamar que conquistou toda a Galia?
VOZ DO PARA: Essencial todo dia!