Estrume dos EUA, Moro compara Lula a Bolsonaro e toma bronca de professor de Harvard: ‘isso é uma grande distorção histórica’

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A imprensa corporativa não pergunta por que um candidato a presidente do Brasil faz um evento político nos Estados Unidos.

O ex-juiz parcial e estrume dos Estados Unidos, Sergio Moro (União Brasil-SP), participou neste sábado (9) de um painel do Brazil Conference, nos Estados Unidos, onde passou por uma espécie de sabatina que contou com a presença do advogado Augusto de Arruda Botelho e da jornalista (candidata a intelectual orgânica da extrema-direita) Eliane Cantanhêde.

Ele foi perguntado sobre a viabilidade da terceira via no Brasil e se disse um “soldado da democracia”, afirmando que seu nome está “à disposição” do “centro democrático” para concorrer à Presidência da República.

Para atacar os opositores, Jair Bolsonaro (PL), e o ex-presidente Lula (PT), líder de intenções de voto nas pesquisas eleitorais, Moro os colocou como extremistas, tentando estabelecer alguma equivalência entre o autoritário chefe do governo federal e Lula, que governou democraticamente o país por oito anos.

O moderador do evento, o professor e pesquisador de Harvard, Hussein Kalout, ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República no governo Michel Temer (MDB), tratou de corrigir Moro:

“eu queria fazer um esclarecimento para não parecer que eu estou tomando partido dos lados dessa contenda. Como cientista político, gostaria de dizer que quando a gente fala de extremismo, colocar duas forças políticas como extremadas, talvez isso não reflita a realidade. Acho que sim, o presidente Bolsonaro se mostrou um político extremista, se mostrou sim um político radicalizado e ele procura fazer isso constantemente no exercício da função pública na condição de presidente da República. O senhor reconheceu que ele aviltou as instituições, impediu a implementação de uma política anticorrupção nas instituições públicas brasileiras, mas eu acho que – e isso não se trata da defesa do presidente Lula e nem do PT – não é apropriado trazer uma avaliação colocando um governo ou uma instituição partidária que exerceu o poder durante 13 anos, vencendo quatro eleições presidenciais, como extremada no exercício da política nacional”.

“Acho que sim, pode haver críticas às políticas públicas, é importante, mas rotular com extremismo é um pouco perigoso. É importante que isso seja dito. O PT quando foi impichado reconheceu o resultado jurídico do processo do impeachment, houve uma transição pacífica do poder. O presidente Lula, quando sua prisão foi determinada pelo senhor [Sergio Moro], cumpriu a decisão judicial, não a desafiou. Então isso reflete um pouco também um espírito democrático, ainda que haja discordância sobre sua política pública ou sua conduta. É importante reconhecer isso. Acho que colocar Bolsonaro e Lula na mesma equivalência me parece uma grande distorção histórica, ainda que se possa criticar o ex-presidente. Não há uma simetria possível, equivalente entre os dois lados no exercício do cargo público e no respeito às instituições”.

A imprensa corporativa brasileira não pergunta, por que um candidato a presidente do Brasil faz um evento político nos Estados Unidos.

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