Entre 2020 e 2021, as maiores apreensões de droga in natura pela PM foram de 14 mil pés de maconha no município de Terra Alta, 12 mil em Tomé-Açu e 10 mil pés em Cachoeira do Piriá
A apreensão de drogas no Estado do Pará cresceu nos dois últimos anos. O DOL traz o levantamento da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) registrou um total de entorpecentes apreendidos (cocaína e maconha) em 2019, correspondeu a 3 toneladas e 418 kg, volume que mais que triplicou no ano seguinte (2020), passando para 10 toneladas e 934 kg.
A Polícia Militar se destaca dentro desse contexto. Segundo estatísticas do Departamento-Geral de Operações (DGO) da instituição, entre os anos de 2019 e 2021 houve um expressivo aumento na apreensão de drogas, na ordem de 435%. Nesse período, foram apreendidos, somente pela corporação, 15 mil toneladas de entorpecentes, o que representa mais de 62% do total apreendido pelas forças de segurança em todo o Estado no período. Nos três primeiros meses deste ano, a Polícia Militar já soma 285 kg de drogas apreendidas no Estado.
Uálame Machado, secretário de segurança pública do Estado, deixa claro que o aumento na apreensão de drogas não significa aumento do tráfico, mas sim da repressão ao crime pela área de segurança pública.
“O Brasil não produz cocaína, mas os principais países produtores como Bolívia, Peru e Colômbia fazem fronteira com o nosso país, e o Pará é um grande corredor de entrada de drogas no Brasil através de seus portos, que levam a droga para outros países, como Estados Unidos e Europa”, explica.
INTELIGÊNCIA
Mas todo esse trabalho só é eficiente, diz Machado, se tiver como aliada a inteligência policial.
“Só podemos combater de fato essa cadeia se desarticularmos diretamente o produtor e o transportador dessa droga. Por isso nossa estratégia precisa estar aliada à inteligência e novas tecnologias. Dentro dessa perspectiva estaremos instalando nos próximos dias a base fluvial de fiscalização Antônio Lemos no estreito de Breves”, antecipa.
O estreito é um ponto estratégico e ponto de passagem obrigatório de todas as embarcações vindas dos Estados do Amazonas, Amapá e de Santarém.
“Até junho nossa ideia é colocar mais 15 lanhas em operação nos rios, chegando a perto de 100 embarcações. Mas nossa grande meta é colocar para funcionar mais 2 bases fluviais até o final do ano: a primeira em Óbidos e a segunda no corredor Barcarena Abaetetuba para cobrir o Rio Tocantins”, antecipa.
As bases são estruturadas para abrigar até 7 órgãos do Estado de maneira integrada, 24 horas por dia, com uma lancha blindada e voadeiras para atuar na fiscalização.
Cocaína é a droga mais apreendida no Estado
Em 2019, a Polícia Militar apreendeu 1 tonelada e 388 kg de drogas ilícitas em todo o Pará. Já no ano seguinte, o número subiu para 6 toneladas e 260 kg, com incremento de 350,95% em relação a 2019. Os números são ainda mais positivos em 2021, quando foram apreendidos pela corporação 7 toneladas e 432 kg de drogas, número 18,71% maior que o do ano anterior. A droga mais apreendida foi a cocaína, seguida da maconha.
“Bater recorde na apreensão de drogas significa a diminuição da violência”, explica o chefe do Departamento-Geral de Operações da PM,coronel Pedro.
A apreensão de drogas no Pará foi bem maior se considerarmos que o entorpecente apreendido in natura, como no caso das plantações de cannabis sativa, a maconha, encontradas principalmente no Nordeste paraense. Entre 2020 e 2021, as maiores apreensões de droga in natura pela PM foram de 14 mil pés de maconha no município de Terra Alta, 12 mil em Tomé-Açu e 10 mil pés em Cachoeira do Piriá.
O diretor de Polícia Comunitária e Direitos Humanos da PM (DPCDH), coronel Elson Brito, reconhece que a corporação tem feito um trabalho repressivo de qualidade, mas complementa que prevenir é crucial.
“As drogas são matéria-prima da violência e da criminalidade, principalmente nas áreas de grande vulnerabilidade social. Mas atuamos na base, buscando cortar esse circuito”, explica o oficial, que também é sociólogo.
O enfrentamento ao tráfico de drogas, repressivo ou preventivo, tem um objetivo único: combater a circulação e o consumo dessas substâncias, principalmente pela população jovem.