De acordo com a jovem, ela foi até a casa da avó da amiga para buscar uma cola. Lá, elas encontraram Gabriel.
“Ele, o Gabriel, falou ‘vocês querem beber?’ Ele já estava bebendo desde cedo. Eu falei não. Ele falou ‘vocês bebem?’. Eu disse que sim, mas que não estava afim de beber agora. Ai ele falou ‘qual a idade de vocês?’. Eu falei que tinha 14 (anos) e que a minha amiga tinha 15 (anos). Ela estava comprando pipoca nessa hora”, relata a garota.
Neste momento, de acordo com o relato, Gabriel pediu o número de telefone dela, mas como ela estava sem celular, ele pegou o contato da amiga, de 15 anos. Já por mensagem de celular, ele as convidou para lanchar e elas aceitaram.
“Quando deu umas seis e meia (da tarde), ele mandou uma mensagem falando que ‘já?’, aí ficamos esperando ele lá na frente. Veio só ele. A minha amiga falou ‘só vai tu?’. Ele falou ‘ai, é para buscar o meu amigo?’. Foi que ele voltou, pegou o amigo dele e voltou de novo”, diz.
Os dois militares e as garotas foram, então, até a praça. A adolescente de 14 anos relata que os militares ofereceram bebida alcoólica a elas, que não aceitaram. Momentos depois, veio o convite para irem ao motel.
“Aí chegou o Gabriel e falou ‘por que não vamos para um lugar mais reservado, que fique só a gente? Aqui tem gente, só a gente ficaria melhor?’. O outro disse ‘pior mesmo! Eu sei que tem um local, que é um motel, que é do lado do cemitério’. Aí ele falou ‘Vamos pra lá?’. A gente falou ‘não, vamos ficar por aqui mesmo, bora outro dia’. Ele falou ‘bora’, ficou insistindo. Aí eu e ela falamos ‘tá, então vamos’”.
Já no motel, a garota de 14 anos conta que abria um refrigerante quando Gabriel apontou uma arma em sua direção.
“Falei ‘ei, tu tá doido?’. Eu virei a mão dele. Ele falou ‘ah, tu tem medo, é? Tá com medo por quê? Não é preciso ter medo não’. Eu falei ‘não, eu não gosto desse tipo de brincadeira’. Ele falou ‘tá bom, de boa’”. Em seguida, Gabriel apontou a arma para a outra adolescente, de 15 anos.
“Foi aí que eu só vi ele mirando no rosto da minha amiga. Aí eu bebi o refrigerante. Eu não vi, eu só ouvi o disparo. Botei a mão na minha cabeça, fechei o olho e baixei a minha cabeça. Pensei que tivesse pegado na parede. Quando eu vi a minha amiga no chão, comecei a ficar desesperada”.
Fonte: G1