Moscou manteve a palavra de não vender combustível a compradores que não paguem em sua moeda, o rublo
Os primeiros países a enfrentar o corte de gás foram a Bulgária e a Polônia. A gigante Gazprom fez o anúncio, explicando que não havia recebido o pagamento das respectivas empresas dessas duas nações, correspondentes ao fornecimento de abril.
A medida não surpreendeu ninguém. A decisão do Kremlin foi divulgada em março passado como uma resposta às sanções ocidentais sobre transações de câmbio com a Rússia desde que lançou sua operação especial na Ucrânia.
Mesmo assim, e como esperado, a Comissão Europeia reclamou. A presidente do bloco, Úrsula Von Der Leyen, diz que essa decisão é um tipo de “chantagem”. A UE que considera as sanções contra a Rússia “normais”, espera que o país aceite passivamente os castigos do ocidente.
Para os líderes europeus, as exportações de hidrocarbonetos são a ferramenta mais poderosa do governo Putin, em sua tentativa de burlar as sanções ocidentais impostas ao Kremlin, seus aliados e empresas russas.
E é lógico, tendo em vista que quando um cliente vai pagar à Gazprom em euros ou dólares, o sistema bancário o intercepta e congela no momento, impedindo que a Rússia possa usar essa receita.
Mas… Por que questionar a soberania da Rússia estabelecendo como ela vende seus recursos? Quem ganha ou perde mais com isso? Como muda o cenário de dependência da Europa do gás russo, essas transações?…
A dependência da Europa do gás russo excede 50% em quatorze países europeus, de acordo com a Agência Europeia para a Cooperação dos Reguladores de Energia.
Embora a Bloomberg ressalte que pelo menos dez compradores europeus teriam aberto contas bancárias paralelas em rublos no Gazprombank para efetuar pagamentos, e pelo menos quatro deles já teriam pago com a moeda russa, ainda há um longo caminho a percorrer para ver como este sistema vai se comportar.