Para os brasileiros, quanto mais rápido o país se livrar de Jair Bolsonaro melhor será
O sociólogo Marcos Coimbra, presidente do Instituto Vox Populi, especializado em pesquisas de opinião, afirma em artigo publicado na CartaCapital nesta sexta-feira (17) que a ‘probabilidade de vitória de Lula no 1º turno tem aumentado consistentemente desde o início do ano’. O especialista explica as razões:
“em primeiro lugar, porque as intenções de voto em Lula estão em crescimento. Em segundo lugar, o conjunto das pesquisas mostra que Bolsonaro não consegue crescer por nada que faça”.
Coimbra cita também o esvaziamento da ‘terceira via’.
“A soma dos votos em outros nomes (sem considerar Ciro Gomes) foi de 15% para 5% dos válidos, entre janeiro e junho. O capitão melhorou 6 pontos porcentuais, de 28% para 34%, Ciro ficou igual e os demais foram para Lula. Resultado: Bolsonaro, que precisava ter um crescimento espetacular, reduziu a diferença para Lula em apenas 2 pontos. Ciro, que teria de subir estratosfericamente, não se moveu. Com isso, Lula se aproximou de uma vitória no primeiro turno, chance que aumentaria se a metade dos simpatizantes de Ciro, que pretende votar no petista no segundo turno, optar por fazê-lo já no dia 2 de outubro”.
Nada que Bolsonaro, seu governo e aliados fazem parece produzir algum ganhos em suas intenções de voto. De janeiro para cá, ele melhorou, no voto de primeiro turno, somente por consequência de fatores externos à sua campanha: a saída do páreo de Sergio Moro e, depois, de João Doria. É verdade que parte expressiva do eleitorado de ambos retornaria ao capitão em um segundo turno, mas, pelo que as pesquisas sugerem, nem todos.
Aritméticas à parte, pesquisas qualitativas em andamento sugerem que parcelas crescentes do eleitorado sentem que não precisam mais tempo para escolher entre Lula e Bolsonaro, não se mostram interessadas em conhecer “novidades” de última hora e não veem Ciro Gomes como opção. Para a grande maioria do povo, quanto menos tempo tivermos desse capitão, melhor.
Para Lula, em suas duas eleições, não vencer no primeiro turno nunca foi problema e ele próprio disse, depois da eleição de 2006, que foi melhor vencer com 60% dos votos no segundo que por 50% e poucos no primeiro. Neste ano é diferente, mas o que importa não é o dia em que o capitão deixa de atrapalhar o Brasil. É ele ir embora. Se depender do voto, irá.