O que ocorre na verdade é que o dólar e o euro estão sendo corroídos pela inflação
O rublo atingiu máxima de mais de sete anos nesta terça-feira (28). Os controles de capital e os impostos de fim de mês compensaram o impacto negativo das declarações ocidentais que a Rússia deu calote em seus títulos internacionais pela primeira vez em mais de um século.
A Casa Branca e a agência de crédito Moody’s disseram que a Rússia entrou em inadimplência, pois as sanções efetivamente excluíram o país do sistema financeiro global.
O Kremlin, que tem dinheiro para fazer pagamentos a partir das receitas de petróleo e gás, rejeitou as afirmações e acusou o Ocidente de levá-lo a uma inadimplência artificial.
O rublo tinha alta de 0,9% em relação ao dólar, a 52,93, depois de atingir seu nível mais forte desde o início de junho de 2015, de 52,5750, no pregão de Moscou.
O rublo ganhava 0,8% do euro, a 55,88, se aproximando de níveis muito mais fortes do que antes de a Rússia enviar dezenas de milhares de tropas para a Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Na época, o rublo era negociado perto de 80 por dólar e 90 por euro uma vez que estava em modo de flutuação livre, afetado por temores de sanções e sem suporte dos controles de capital.
A alta do rublo pode ser limitada, dada a crescente preocupação com o impacto da moeda forte sobre as receitas da Rússia com a venda de commodities no exterior em moeda estrangeira.
As restrições de capital fizeram do rublo a moeda com melhor desempenho este ano e ajudaram a deixar de lado as questões com a emissões de dívida da Rússia. Mas o que ocorre na verdade, é que o dólar e o euro estão sendo corroídos pela inflação.