Bolsonaro mandou gastar o que temos e o que não temos para facilitar sua reeleição
Vergonha na cara é artigo em falta. Bolsonaro mandou gastar o que temos e o que não temos para facilitar sua reeleição – e, como seria ilegal derramar tanto dinheiro a tão pouco tempo da eleição, usou o tal estado de calamidade. E teve a colaboração de toda a oposição – no Senado, só um parlamentar se colocou contra a gastança eleitoral, José Serra. Os outros, fossem quais fossem seus partidos, botaram para quebrar. O dinheiro não é deles, mesmo.
Agora dá para calcular o custo de arrombar o teto de gastos. Impostos a zero sobre gasolina e diesel reduzem a arrecadação federal em R$ 34 bilhões em seis meses. A redução obrigatória do ICMS dos Estados custa, no mesmo período, R$ 51 bilhões (e o ICMS é que paga a Educação). Com isso, o Fundeb, maior fonte de recursos das escolas, perde R$ 20 bilhões, bem agora que, após dois anos de problemas com a pandemia, é preciso gastar mais para repor o que os estudantes perderam. Os Estados perdem R$ 102 bilhões por ano. E para quê? Uma parte é não apenas meritória, mas essencial na crise: o auxílio para quem precisa. Mas este auxílio dura até o fim do ano. Aí já se torna desnecessário, porque a eleição se terá realizado. Mas a baixa do ICMS sobre combustíveis fósseis, poluentes (e que rapidamente vão perdendo a liderança no mercado), essa é para sempre. A gasolina mais barata permite a um milionário gastar menos com seu SUV de quinhentos e poucos cavalos.
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