Cenário político brasileiro está de cabeça para baixo
Há aproximadamente quatro anos, Adélio Bispo esfaqueou o candidato Jair Bolsonaro em Juiz de Fora, atingindo-lhe gravemente o abdômen. Há três anos, a Justiça o considerou portador de transtorno delirante permanente paranóide; por isso, foi considerado inimputável. Em palavras simples, era maluco e não podia ser punido criminalmente. Agora, Adélio passa por perícia psiquiátrica que pode levá-lo a ser solto. Se o laudo concluir que ele desmaluqueceu, pode sair livre. Tente uma pessoa normal esfaquear alguém na multidão, ainda mais um candidato. Será presa, julgada, irá para o xadrez. Mas, sendo maluco, fica num hospício até desendoidar. Aí pode ir para casa.
Entretanto, o caso Adélio não é o único que parece coisa de doido. Ciro Nogueira, chefe do Centrão, ministro-chefe da Casa Civil e, como operador do orçamento secreto, o presidente de fato da República, andou atacando os banqueiros. Inacreditável. Em seis mensagens, disse que os banqueiros só criticam o Governo porque Bolsonaro deu independência ao Banco Central – como se hoje em dia, após a independência do BC, os banqueiros tenham perdido a influência. Engraçado: não é bem isso que a gente nota.
Melhor ainda é uma frase de Ciro Nogueira segundo a qual os banqueiros hoje podem assinar cartas, “inclusive contra o presidente da República”, em vez de se calarem “com medo dos congelamentos de câmbio do passado”. Pois é: em 1964 houve farta entrega de malas. O dinheiro era a mensagem.
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