Se não houver mudanças até o dia 15 de agosto, último dia do calendário eleitoral para solicitação de registro de candidaturas, o Pará terá oito candidatos ao governo do Estado e outros sete para a única das três cadeiras da bancada paraense que ficará vaga no Senado Federal a partir de 2023. Helder Barbalho, candidato à reeleição pelo MDB, terá a maior coligação majoritária da temporada, com pelo menos 15 siglas aliadas desde o primeiro turno, marcado para o dia 2 de outubro.
Na comparação com as últimas eleições gerais, realizadas em 2018, serão mais candidatos agora em 2022 concorrendo ao cargo máximo do Executivo Estadual – foram apenas cinco no pleito passado. O mesmo não se pode dizer em relação à eleição para o Senado, até porque naquele ano eram duas cadeiras na disputa, e agora é apenas uma. Quatro anos atrás, 18 nomes concorreram.
Segundo o DivulgaCand, plataforma da Justiça Eleitoral que apresenta informações detalhadas sobre todos os candidatos que pediram registro de candidatura e sobre as suas contas eleitorais e as dos partidos, entre nomes concorrendo a vagas na Câmara Federal e à Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) já são mais de 200 inscritos, mas pode ser dado como certo que esse quantitativo passará dos mil até o encerramento do prazo para registro de candidaturas.
Para tentar a recondução ao mandato, Helder repete uma fórmula que não foi bem sucedida apenas nas urnas em 2018, mas que também lhe garantiu boa governabilidade durante toda a gestão. O atual governador concorreu no primeiro turno com apoio de 16 siglas partidárias, e, na segunda rodada de votação, ampliou o apoio para mais de 20 partidos, àquela altura já contando com apoio quase que irrestrito dos deputados estaduais e federais eleitos duas semanas antes.
Segundo o sociólogo e cientista político, Paulo Ribeiro, a grande coligação formada por Helder para a corrida eleitoral de outubro deve ser compreendida a partir de algumas variáveis.
“O governador desenvolveu um conjunto de programas, projetos e obras de infraestrutura que permitiram uma boa avaliação ante o eleitorado paraense, vide as pesquisas realizadas pelos institutos de pesquisas, que refletem em dados estatísticos essa avaliação positiva. Ao mesmo tempo, os partidos e candidatos aos cargos eletivos em disputas nestas eleições orientam-se por meio dessas pesquisas para tomar suas decisões, em relação à adesão ou não a uma determinada coligação”, explica.
PARCERIAS
E, novamente, é essa mesma aderência à coligação que deverá proporcionar o que Paulo Ribeiro chama de “simbiose política”, com os diversos municípios, partidos e candidatos já buscando parcerias para obras e serviços nos próximos quatro anos. “Isso amplia as chances de a chapa majoritária obter sucesso nestas eleições, já que é de interesse também desses personagens também ‘surfar’ na popularidade do governador”, avalia. Assim como foi em 2018, essa grande costura poderá contribuir para uma boa relação junto ao Legislativo Estadual.
A formação de uma ampla coligação também passa, no entendimento do cientista político, pela própria “incapacidade e fragilidade política da oposição formada em relação ao seu governo”, “O grupo liderado pelos partidários do governo federal existente no Pará, a meu ver, não conseguiu sinalizar para o eleitorado paraense qual modelo de desenvolvimento propõe para fazer face àquele implementado pelo grupo que apoia Helder”, justifica.
Como faltam apenas pouco mais de dois anos para as eleições municipais, é possível também olhar essa construção da coligação de forma prospectiva. “Muitos dos que têm ou terão mandatos a partir do ano que vem poderão ser candidatos em 2024 e, contar com o apoio do Poder Executivo poderá contribuir de forma decisiva para uma eventual vitória nas eleições municipais”, desenha Paulo Ribeiro.
Fonte: DOL