Hoje é 11 de agosto, a sociedade falará. Serão centenas de milhares de vozes. A beleza da democracia é que ela é polifônica.
O atos em defesa da democracia, que acontecem nesta quinta-feira (11) em diversas cidades do país, revela que a luta democrática tem tradição no Brasil, pessoas que discordam em muita coisa estão juntas na defesa de valores e princípios comuns, há muitos problemas a enfrentar e nesta hora da festa cívica da eleição estamos passando por um momento de imenso perigo.
Hoje estão marcados atos em defesa da democracia nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. No Pará, duas cidades tem manifestações previstas: Belém e Santarém.
O movimento é impulsionado pela Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito, elaborada por juristas e pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP), e que conta com quase 850 mil assinaturas.
O documento, assim como o manifesto em defesa da democracia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), será lido em evento na universidade nesta quinta.
Outras 21 instituições aderiram ao movimento e também farão a leitura da carta. Paralelo a isso, movimentos sociais organizam atos em todos os 26 estados e no Distrito Federal.
Desde a publicação, em 26 de julho, a carta da USP recebeu o apoio de políticos de esquerda e de direita, de economistas ortodoxos e heterodoxos; de advogados lavajatistas e garantistas e até mesmo de personagens que já estiveram ligados ao governo de Jair Bolsonaro.
O presidente, no entanto, afirmou que os signatários são “caras de pau” e “sem caráter”, no último dia 2.
No dia anterior, em conversa com apoiadores, o mandatário havia chamado os subscritores de “mamíferos”, em referência a uma suposta dependência do governo: “Esse manifesto aí foi assinado por banqueiros, artistas, e tem mais uma classe aí… Alguns empresários, mamíferos”.
MOBILIZAÇÃO NACIONAL
No Pará, estão marcadas manifestações em Belém em dois locais na tarde desta quinta: às 14h, no Campus Guamá da Universidade Federal do Pará (UFPA); e às 17h, em frente ao Mercado de São Brás. Em Santarém, o ato será realizado na praça São Sebastião, às 17h.
Na USP, o evento de leitura da carta será limitado aos organizadores, aos signatários da Carta aos Brasileiros de 1977 — que defendia a restauração do estado democrático de direito em meio à ditadura militar —, profissionais de imprensa, além de representantes de entidades da sociedade civil que subscreveram os manifestos.
Ainda em São Paulo, foram convocadas manifestações em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), na Avenida Paulista, e em cidades do interior, como Campinas, Ribeirão Preto e Santos.
Em Brasília, a carta será lida na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), às 10h. Docentes, estudantes, e técnicos da Faculdade reforçaram, em nota, a “irrestrita confiança” na Justiça Eleitoral. Às 15h, está previsto um ato em frente ao Congresso Nacional.
O estado do Rio de Janeiro é onde ocorrerão mais leituras do manifesto, somando seis pontos: na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Universidade Federal Fluminense (UFF); Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); PUC- Rio; no Coletivos Feministas do Rio de Janeiro; e na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Além disso, haverá uma manifestação na Candelária, às 16h.