O ministro da Defesa russo denuncia as tentativas dos EUA de envolver a América Latina no conflito que criou com Moscou e China.
Em um discurso proferido na cerimônia de abertura da 10ª Conferência de Moscou sobre Segurança Internacional, realizada no âmbito do Fórum Técnico-Militar Internacional Exército-2022, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, alertou nesta segunda-feira para os “sérios desafios” que a América Latina enfrenta no campo da segurança devido à política de Monroe dos Estados Unidos, criticando que impede a cooperação na área com outras potências para preservar sua esfera de influência nesta parte do mundo.
“O objetivo desta política é arrastar a região para o conflito com Rússia e China, destruir laços tradicionais, bloquear novas formas de cooperação no campo militar”, assegurou o chefe russo.
Shoigu acusou os EUA de buscar intensificar sua presença militar na América Latina, lançar campanhas contra a Rússia e ocultar a verdade sobre as raízes da operação militar iniciada em 24 de fevereiro na Ucrânia, para concretizar seu objetivo.
O ministro russo comparou essa conduta de Washington com o que o Reino Unido adotou durante a Guerra das Malvinas, conflito em que o governo britânico e a Argentina travaram uma guerra de mais de dois meses em 1982 e que resultou em centenas de baixas de ambos os lados. “Uma analogia óbvia são as ações do Reino Unido durante a guerra das Malvinas”, disse ele.
A Rússia está aumentando suas relações com os países latino-americanos em diferentes áreas, incluindo tecnológica, econômica e militar, em meio às políticas agressivas dos Estados Unidos contra algumas nações da região.
Diante de tal situação, Washington acusa Moscou de desafiar sua influência na América Latina, área que considera seu “quintal” e onde busca mais uma vez impor políticas baseadas na Doutrina Monroe.
Portanto, os EUA não poupam esforços para forçar os países latino-americanos a aderir às sanções contra a Rússia com ameaças e outras medidas.