Nobel da Paz vai para ativistas de direitos humanos de Belarus, Rússia e Ucrânia

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Prêmio Nobel da Paz é o quinto anunciado todos os anos, após os de Medicina, Física, Química e Literatura

O ativista de direitos humanos de Belarus Ales Bialiatski, o grupo russo de direitos humanos Memorial e a organização ucraniana Centro para Liberdades Civis ganharam o Prêmio Nobel de Paz deste ano, anunciaram os organizadores da premiação nesta sexta-feira (07/10), em Oslo.

“O comitê do Prêmio Nobel quis honrar três campeões dos Direitos Humanos, da democracia e da coexistência pacífica nos países vizinhos Belarus, Rússia e Ucrânia. Eles honram a visão de Alfred Nobel sobre paz e convivência, uma visão tão necessária no mundo hoje”, declarou o comitê.

Ales Bialiatski, 60 anos, atualmente preso em Belarus, condenado por evasão fiscal, fundou a organização Viasna (Primavera) em 1996, para ajudar presos políticos e as suas famílias, na sequência da repressão do regime do presidente Alexander Lukashenko.

A organização russa Memorial foi criada em 1987, para investigar e registrar crimes cometidos pelo regime soviético, mas tem denunciado violações de direitos humanos na Rússia.

O Centro de Liberdades Civis foi criado em Kiev em 2007, para fazer avançar os direitos humanos e a democracia na Ucrânia.

“Prêmio não é referência a Putin”

O comitê do Nobel norueguês pediu a libertação de Bialiatski, que está preso desde 2021 em Belarus, e insistiu que seu prêmio não foi direcionado ao presidente russo, Vladimir Putin, que lançou uma invasão da Ucrânia em fevereiro.

“Eles fizeram um esforço notável para documentar crimes de guerra, abusos de direitos humanos e abuso de poder. Juntos, demonstram a importância da sociedade civil para a paz e a democracia”, disse a repórteres a chefe do Comitê Nobel da Noruega, Berit Reiss-Andersen.

“Este prêmio não se dirige ao presidente Putin”, ressaltou. “Exceto que seu governo…está representando um governo autoritário que está reprimindo ativistas de direitos humanos”, afirmou Reiss-Andersen.

O prêmio será entregue em uma cerimônia em Oslo em 10 de dezembro, aniversário da morte em 1896 do criador do prêmio, o inventor e filantropo sueco Alfred Nobel.

Reiss-Andersen disse ter esperança de que Bialiatski possa comparecer. “Esperamos que ele possa vir a Oslo e receber a honra que lhe foi concedida”, disse ela.

O Prêmio da Paz é o único Nobel concedido em Oslo, com as outras disciplinas anunciadas em Estocolmo.

No ano passado, os jornalistas Maria Ressa e Dmitri Muratov receberam o Nobel da Paz pela sua luta pela liberdade de expressão nas Filipinas e na Rússia, respectivamente. Em 2020, Programa Alimentar Mundial da ONU, maior agência humanitária do mundo, foi agraciado com o prêmio.

O Prêmio Nobel é entregue em Estocolmo por desejo do inventor sueco Alfred Nobel, morto em 1895. O criador da honraria também exigiu que o prêmio tivesse um montante em dinheiro além da medalha de ouro. Na cerimônia de entrega do prêmio, geralmente realizada no dia 10 de dezembro (aniversário da morte de Alfred Nobel), o vencedor recebe 10 milhões de coroas suecas, o equivalente a cerca de R$ 4,8 milhões.

Premiados neste ano

Seguindo a tradição, o Prêmio Nobel da Paz é o quinto anunciado todos os anos, após os de Medicina, Física, Química e Literatura.

Neste ano, o Nobel de Medicina premiou o biólogo sueco Svante Pääbo por suas descobertas sobre a evolução humana, enquanto o Nobel de Física foi para o francês Alain Aspect, o americano John Clauster e o austríaco Anton Zellinger por estudos de mecânica quântica. Os americanos Carolyn Bertozzi e Barry Sharpless e o dinamarquês Morten Meldal levaram o Nobel de Química pelo desenvolvimento de uma ferramenta para a construção de moléculas.

Já a escritora francesa Annie Ernaux, de 82 anos, ganhou o Nobel de Literatura. Ela recebeu o prêmio pela “coragem e acuidade clínica com que revela as raízes, estranhamentos e inibições coletivas da memória pessoal”, afirmou a Academia. Ernaux é conhecida por seus romances autobiográficos e livros de memórias, em geral bastante curtos e baseados em experiências de classe e gênero. Ela é autora de mais de 20 livros.

Voz do Pará com informações do DW

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