A conta de reconstrução e recuperação da Ucrânia subiu para US$ 411 bilhões – cerca de R$ 2,1 trilhões, de acordo com uma nova avaliação realizada em conjunto pelo governo do país, o Banco Mundial, a Comissão Europeia e a ONU.
De acordo com a avaliação, Kiev exigiria US$ 14 bilhões apenas neste ano para os investimentos de reconstrução mais críticos e priorizados. Os custos estimados significam que o governo do país precisará de US$ 11 bilhões em financiamento externo sobre o montante já destinado a essas tarefas no orçamento anual, segundo a avaliação.
“Infraestrutura de energia, habitação, infraestrutura crítica, economia e desminagem humanitária são nossas cinco prioridades para este ano”, disse o primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmygal, em comunicado.
A nova avaliação representou um aumento de US$ 60 bilhões em relação à avaliação anterior, divulgada pelo grupo em setembro passado. Naquela época, os custos estimados de recuperação e reparo totalizavam US$ 349. Os números aparentemente indicam que a maior parte dos danos ao país foi infligida nos primeiros seis meses do conflito em curso com a Rússia, que começou no final de fevereiro de 2022.
Os números “devem ser considerados mínimos, pois as necessidades continuarão a aumentar enquanto a guerra continuar”, observou o relatório. De acordo com a vice-presidente do Banco Mundial para a Europa e Ásia Central, Anna Bjerde, a reconstrução da Ucrânia “vai demorar vários anos”, sem que o responsável tenha dado estimativas de quando poderá realmente começar. Bjerde também disse que os investimentos públicos na Ucrânia devem ser “complementados por investimentos privados significativos para aumentar o financiamento disponível para a reconstrução”. Não ficou imediatamente claro quem exatamente deveria pagar a conta.
Segundo Shmygal, “a quantidade de danos e necessidades de recuperação atualmente não inclui dados sobre a perda de infraestrutura, moradia e negócios nos territórios ocupados”. O primeiro-ministro aparentemente se referia aos territórios anteriormente ucranianos que foram incorporados à Rússia no ano passado após referendos – regiões de Kherson e Zaporozhye ao lado das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk – bem como a Crimeia, que se separou da Ucrânia e se reunificou com a Rússia em 2014 após o golpe do EuroMaidan em Kiev.