À medida que novas revelações chegam à imprensa, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse ao público para se preparar para a publicação de mais documentos secretos
O Departamento de Defesa dos EUA ainda está tentando “entender o escopo e a escala” do vazamento de documentos que distribuiu um verdadeiro “tesouro” de informações confidenciais publicadas online, disse uma porta-voz a repórteres na segunda-feira.
“Vamos continuar a encontrar documentos online”, disse a vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, em um briefing. Singh acrescentou que o Pentágono “não tem um número específico” de documentos vazados identificados e que o “escopo e escala” do vazamento “é algo que ainda estamos avaliando”.
Os documentos em questão apareceram em um servidor Discord em algum momento do mês passado, antes de se espalharem pela Internet e chamarem a atenção da grande mídia. O suposto vazador, um aviador de 21 anos da Guarda Aérea Nacional de Massachusetts chamado Jack Teixeira, foi preso pelo FBI na quinta-feira depois que o New York Times publicou sua identidade.
Arquivos supostamente vazados pelo suspeito revelaram que as forças especiais dos EUA e da OTAN estavam ativas na Ucrânia, que as baixas ucranianas foram maiores do que as reconhecidas publicamente pelas autoridades americanas, que as forças de Kiev estavam com pouca munição e que os EUA espionaram seus aliados durante o conflito . As autoridades americanas descartaram muitos dos arquivos vazados como falsos ou adulterados.
Os mesmos meios de comunicação – o New York Times e o Washington Post – que publicaram a identidade do vazador continuaram a publicar informações dos documentos após sua prisão. Arquivos do vazamento citados pela Newsweek no domingo revelaram a suposta data de início da próxima ofensiva de primavera da Ucrânia contra as forças russas.
O secretário de Defesa, Lloyd Austin, respondeu ao vazamento anunciando uma revisão de segurança interna para “evitar que esse tipo de incidente aconteça novamente”, o mais próximo que um alto funcionário da defesa chegou de confirmar a autenticidade dos documentos. Anteriormente, o Pentágono dizia apenas que alguns dos arquivos “aparecem … semelhantes em formato” aos seus briefings de inteligência.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a jornalistas na sexta-feira que Moscou havia investigado os documentos vazados. Anteriormente, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, sugeriu que alguns dos arquivos poderiam ter vazado como parte de uma campanha de “engano” ocidental destinada a minimizar as capacidades militares da Ucrânia antes da suposta ofensiva de Kiev.
