Escalada de violência na Faixa de Gaza: Ataque aéreo derruba prédio de 13 andares

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Em reação, o Hamas afirmou ter disparado 130 foguetes contra a cidade israelense de Tel Aviv, onde soaram os alarmes antiaéreos

Um bombardeio da Força Aérea de Israel destruiu instantaneamente nessa terça-feira (11) um prédio de 13 andares na Faixa de Gaza usado pela liderança política do Hamas, grupo militante palestino que governa o enclave. Não há ainda informações sobre vítimas. Em reação, o Hamas afirmou ter disparado 130 foguetes contra a cidade israelense de Tel Aviv, onde soaram os alarmes antiaéreos.

A Esplanada das Mesquitas em Jerusalém

O ataque é o mais recente desdobramento no aumento da violência na região e ocorre depois de o Hamas matar dois israelenses com foguetes lançados de seu território na cidade de Ashkelon. 

Os confrontos, os mais graves dos últimos dois anos, começaram na sexta-feira (7), quando manifestantes palestinos e a polícia de Israel entraram em confronto na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém.

Pela manhã, o premiê Binyamin Netanyahu prometeu ampliar as respostas ao Hamas, depois das mortes no sul de Israel.

Tensão em Tel-Aviv

O bombardeio israelense deixou os arredores do prédio sem luz. Em resposta, o Hamas e a Jihad Islâmica lançaram foguetes contra Tel-Aviv, uma das principais cidades de Israel, mais ao norte. O escudo antimísseis israelenses, o Domo de Ferro, impediu que os artefatos chegassem perto da cidade.

Ainda assim, pedestres tiveram de se abrigar quando as sirenes tocaram. Um foguete acabou caindo no subúrbio de Holon, ferindo três pessoas. Decolagens no Aeroporto Internacional Ben Gurion foram suspensas.

“Cumprimos a nossa promessa”, disse em comunicado a Brigada dos Mártires de Al-Aqsa, braço armado do Hamas. “Lançamos 130 foguetes contra o inimigo”. 

Pior momento de violência

A comunidade internacional pediu calma e os países muçulmanos expressaram indignação com o que é considerado o pior momento de violência em anos entre o movimento islâmico – no poder na Faixa de Gaza – e Israel, causado por confrontos entre a polícia israelense e manifestantes palestinos em Jerusalém Oriental.

Ataques israelenses com aviões e helicópteros resultaram em pelo menos 32 mortos no lado palestino, incluindo 10 crianças, e mais de 220 feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

Além disso, na Cisjordânia ocupada ao norte, um palestino foi morto e outro ferido – ambos membros dos serviços de inteligência – por tiros do exército israelense em uma operação militar perto de Nablus.

Uma mulher perdeu a vida em Rishon Letzion, nos arredores de Tel Aviv, elevando o número de mortos para três por lançamentos palestinos, que também causaram dezenas de feridos, alguns em estado crítico, ou vítimas de ataques de pânico, segundo a polícia e serviços de socorro.

Além disso, um ônibus vazio e veículos carbonizados foram atingidos em Holon, perto de Tel Aviv, enquanto o Aeroporto Internacional Ben Gurion permaneceu fechado ao tráfego aéreo.

‘Guerra em grande escala’

Israel e o Hamas caminham para uma “guerra em grande escala”, advertiu o enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland, que pediu às partes que cessem o combate “imediatamente”.

“Uma guerra em Gaza seria devastadora e são as pessoas que pagariam o preço”, continuou Wennesland no Twitter.

“Desde ontem (segunda-feira) o exército realizou centenas de ataques contra o Hamas e a Jihad Islâmica em Gaza e vamos intensificar ainda mais a força de nossos ataques”, declarou Netanyahu em mensagem de vídeo, acrescentando que o Hamas “seria derrotado de uma forma inesperada”.

“Ainda há muitos alvos na mira. Isso é só o começo”, alertou o ministro de Defesa israelense, Benny Gantzs, que foi chefe do exército durante o último conflito em Gaza, em 2014.

“Se (Israel) quiser uma escalada, estamos preparados e se quiser parar também estamos prontos”, respondeu o líder do Hamas, Ismael Haniyeh, em um discurso televisionado nessa terça à noite.

Haniyeh também pediu que as autoridades israelenses se retirassem da Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental (o terceiro santuário do Islã) onde confrontos diários entre palestinos e a polícia israelense causaram centenas de feridos desde sexta-feira.

Trégua

O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizará uma nova reunião de emergência nesta quarta-feira (12), a segunda em três dias. A primeira reunião terminou sem uma declaração conjunta devido à relutância dos Estados Unidos em adotar um texto “neste momento”.

Fontes diplomáticas disseram à reportagem que as Nações Unidas, com a ajuda do Catar e do Egito, iniciaram a mediação com as partes “interessadas” para conseguir uma redução da tensão.

O ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Choukri, declarou nessa terça-feira à noite que, até agora, o Egito havia tentado sem sucesso conversar com Israel.

Questionado sobre esta mediação, o porta-voz do exército israelense, Jonathan Conricus, disse: “Não acho que meus comandantes estão cientes ou particularmente interessados”.

A Faixa de Gaza, um empobrecido enclave no qual vivem dois milhões de pessoas, encontra-se sob bloqueio israelense desde que o Hamas assumiu o poder em 2007. Desde então, o Hamas e Israel enfrentaram três guerras (2008, 2012 e 2014).

AFP – Brasil

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