Xi afirmou que “a China não ficaria de braços cruzados, nem colocaria lenha na fogueira, muito menos exploraria a situação em seu próprio benefício”
Os presidentes da China e da Ucrânia mantiveram uma conversa telefônica na quarta-feira, a primeira desde o início da operação militar russa.
Pequim enviará delegados do governo à Ucrânia para buscar uma “solução política” para o conflito com a Rússia, que já dura 14 meses. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, “um representante especial do governo chinês, encarregado dos assuntos da Eurásia, será enviado para visitar a Ucrânia e outros países para estabelecer uma articulação entre todas as partes com vistas a uma solução política para a crise ucraniana”.
A decisão surge na sequência de uma conversa telefônica realizada esta quarta-feira entre o Presidente chinês Xi Jinping e o seu homólogo ucraniano Volodimir Zelenski, tendo sido o primeiro contacto entre os dois desde o início da operação militar russa que visa “desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia ”.
O Ministério das Relações Exteriores da China garantiu que, no primeiro diálogo direto entre as duas partes, o governo chinês afirmou que “sempre esteve do lado da paz” e insiste que não há vencedores em uma guerra nuclear. Segundo a porta-voz, “a China não ficaria de braços cruzados, nem colocaria lenha na fogueira, muito menos exploraria a situação em seu próprio benefício”.
O gigante asiático reitera que “o diálogo e a negociação são o único caminho viável” na procura de uma solução política para o conflito.
Após a ligação, o governo ucraniano anunciou a nomeação de um embaixador na China. O cargo, vago desde fevereiro de 2021, será preenchido pelo ex-ministro das Indústrias Estratégicas, Pavlo Riabikin, 57, segundo decreto publicado pela Presidência ucraniana.
A troca telefônica ocorre depois de Zelenski ter considerado “necessário trabalhar” com a China para resolver a crise que vive há anos com a Rússia e que resultou no conflito no terreno, desde 24 de fevereiro de 2022.
Em fevereiro deste ano, a China apresentou um plano de paz de 12 pontos, apoiado pela Rússia, para buscar uma solução negociada para o conflito; De acordo com a oferta de paz, é importante respeitar a soberania dos países, bem como garantir a força dos Estados. Além disso, Pequim pede ao Ocidente que pare com as sanções anti-russas, que, em vez de resolver os problemas, criam novos.