Moscou buscará a “integração harmoniosa” dos novos membros e impulsionará a cooperação interna e o alcance global
A Rússia assumiu a presidência rotativa de um ano dos BRICS após a sua expansão inovadora em 2023. O Presidente Vladimir Putin prometeu que Moscou fará o seu melhor para promover a cooperação dentro do bloco econômico.
Num comunicado divulgado pelo Kremlin na segunda-feira – o primeiro em 2024 – Putin saudou a expansão dos BRICS, chamando-a de “uma forte indicação da autoridade crescente da associação e do seu papel nos assuntos internacionais”.
Em agosto, o bloco, que na época incluía Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, concordou em admitir a Arábia Saudita, o Irã, a Etiópia, o Egito, a Argentina e os Emirados Árabes Unidos, deixando a porta aberta para aceitar novos membros. A Argentina, no entanto, recusou oficialmente o convite depois do seu recém-eleito presidente, Javier Milei, se ter oposto à medida, prometendo que o país não se “aliaria aos comunistas” sob o seu comando.
O líder russo sublinhou que a presidência de Moscou, com o lema ‘Fortalecer o Multilateralismo para um Desenvolvimento Global Equitativo e Segurança’, irá “focar-se na cooperação positiva e construtiva”.
De acordo com Putin, Moscou pretende reforçar a parceria em política e segurança, questões econômicas e financeiras e contatos culturais e humanitários, ao mesmo tempo que fornece “respostas eficazes aos desafios e ameaças à segurança e estabilidade internacional e regional”.
“As nossas prioridades incluem a promoção da cooperação em ciência, alta tecnologia, saúde, proteção ambiental, cultura, desporto, intercâmbio de jovens e sociedade civil”, acrescentou.
Comentando as recentes adições aos BRICS, Putin disse também que Moscou planeja “facilitar a integração harmoniosa” de novos participantes em todas as esferas, observando que cerca de 30 países manifestaram o desejo de aderir à agenda do bloco de uma forma ou de outra. “Para isso, começaremos a trabalhar nas modalidades de uma nova categoria de país parceiro do BRICS.”
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, disse que o BRICS planeja chegar a acordo sobre uma lista de países parceiros antes da cúpula do grupo, que está marcada para outubro de 2024 em Kazan, acrescentando que alguns países latino-americanos poderão receber este estatuto.
Originalmente formado em 2009, o BRICS apresenta-se como uma alternativa às instituições internacionais dominadas pelo Ocidente. Segundo o FMI, os BRICS expandidos representam agora 36% do PIB global em termos de paridade de poder de compra, ultrapassando o do G7, um agrupamento informal de países ocidentais.