Nesta terça-feira (18), o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu o registro de Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência, para a farinha de mandioca da região de Bragança (farinha de Bragança), que engloba os municípios paraenses de Augusto Corrêa, Bragança, Santa Luzia do Pará, Tracuateua e Viseu.
Agora, o Pará passa a contar com quatro IGs já reconhecidas. Em janeiro de 2019, o cacau do município de Tomé-Açu recebeu o registro e em março deste ano, o queijo do Marajó recebeu a indicação. Além disso, Pará e Amazonas dividem a IG do guaraná da terra indígena Andirá-Marau. O registro de Indicação Geográfica é dado a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de os distinguir em relação aos seus similares disponíveis no mercado.
“É uma felicidade imensa o reconhecimento dessa Indicação Geográfica. Nós, no Pará, conhecemos bem a farinha de Bragança, já é um item cobiçado por todos que curtem o alimento. E esse reconhecimento vai, com certeza, elevar o acesso a todos esses produtores da farinha de Bragança ao mercado nacional e internacional, ganhando mais clientes, aumentando sua produção e, ao final de tudo, conseguindo gerar mais emprego e renda na região atendida”, celebra o secretário de Turismo do Estado, André Dias.
A relação entre Bragança e a produção de farinha de mandioca é antiga e muito tradicional. Bragança é a maior referência na produção de farinha. Técnicas tradicionais, desde a colheita da mandioca à torra, fazem da farinha de Bragança um patrimônio da gastronomia, crocante, leve e saborosa. Natascha Penna, turismóloga da Setur e membro do conselho regulador da IG da farinha de Bragança, ressalta que a farinha é um produto tradicional, ligado à memória e história do povo bragantino, “que a partir de suas comunidades, produz a melhor farinha de mandioca do mundo”.
De acordo com documentação apresentada ao INPI, Bragança produz entre 800 e 850 toneladas de farinha de mandioca por mês e possui cerca de nove mil produtores locais. A produção tradicional feita por famílias nativas da região, acrescenta valor e reconhecimento nacional e internacional.
“É a conquista de um trabalho coletivo, que tem como objetivo maior a salvaguarda do processo de um patrimônio imaterial do povo bragantino, que terá mais esse motivo para se orgulhar do seu lugar”, declara, Natascha Penna.