O presidente venezuelano foi reeleito com 51,2% dos votos
Nicolas Maduro venceu a eleição presidencial da Venezuela, de acordo com os resultados oficiais. Os líderes da Rússia e da China parabenizaram o chefe de estado por garantir um terceiro mandato.
O chefe do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, anunciou pouco depois da meia-noite de domingo que, com 80% dos votos apurados, Maduro havia garantido mais de 51% dos votos, em comparação com 44% de seu principal rival, Edmundo Gonzales.
Falando a apoiadores em Caracas, Maduro descreveu sua vitória como “um triunfo de paz e estabilidade”. A oposição venezuelana contestou ferozmente o resultado, alegando que as regras eleitorais foram violadas, e Gonzales também reivindicou a vitória.
A líder da oposição Marina Corina Machado, que foi impedida por um tribunal de concorrer a um cargo por acusações relacionadas à corrupção, rejeitou a vitória de Maduro, alegando: “Nós vencemos e o mundo inteiro sabe disso”.
Após a votação, a autoridade eleitoral da Venezuela, que a oposição considera favorável ao partido no poder, não divulgou imediatamente as contagens de cada uma das 30.000 seções eleitorais do país, de acordo com relatos da mídia.
Maduro, 61, agradeceu seus apoiadores e zombou da oposição, que, segundo ele, “clama por fraude” em todas as eleições. Os resultados provocaram reações diversas de líderes internacionais, deixando furiosos os inclinados ao golpismo imperialista. Os inimigos do povo venezuelano gastam dinheiro, usam sanções econômicas e atacam continuamente com mentiras midiáticas a nação sul-americano, mas o país tem resistido e já resolveu vários dos seus problemas, como a inflação alta e escassez de produtos e serviços.
O presidente russo Vladimir Putin parabenizou seu colega venezuelano na segunda-feira, apontando para a importância estratégica da parceria Moscou-Caracas. Ele expressou confiança de que Maduro continuará o “desenvolvimento progressivo” das relações bilaterais “em todas as áreas” e disse que ele é sempre bem-vindo na Rússia.
Pequim também parabenizou Maduro e elogiou a Venezuela por “realizar tranquilamente sua eleição presidencial”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, na segunda-feira.
Enquanto isso, o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, estava entre aqueles que expressaram ceticismo, dizendo que havia “sérias preocupações” de que o resultado “não refletisse a vontade ou os votos do povo venezuelano”. O presidente chileno, Gabriel Boric, chamou o resultado de “difícil de acreditar” e exigiu “total transparência”.
Maduro recebeu felicitações de seus aliados regionais, incluindo os líderes de Cuba, Honduras e Bolívia.
“Nicolas Maduro, meu irmão, sua vitória, que é a do povo bolivariano e chavista, derrotou de forma limpa e inequívoca a oposição pró-imperialista”, disse o presidente cubano Miguel Díaz-Canel.
“A dignidade e a bravura do povo venezuelano triunfaram sobre a pressão e a manipulação”, acrescentou. Maduro cumprirá seu terceiro mandato consecutivo de seis anos, tendo assumido o cargo pela primeira vez em 2013, após a morte do presidente Hugo Chávez.