Movimentação ocorre após exercícios nucleares da OTAN e em meio a tensões geopolíticas crescentes
A Rússia realizou recentemente uma série de exercícios com suas forças estratégicas de dissuasão, testando mísseis balísticos de cruzeiro e intercontinentais lançados de plataformas aéreas, marítimas e terrestres. A operação, coordenada pelo Ministério da Defesa e monitorada pelo presidente Vladimir Putin, ocorre poucos dias após a OTAN conduzir seus próprios exercícios nucleares na Europa Ocidental. Segundo o Ministro da Defesa, Andrey Belousov, as atividades visam simular uma resposta massiva a um possível ataque nuclear inimigo.
Os testes foram bem-sucedidos, com o lançamento de um míssil balístico intercontinental Yars do Cosmódromo de Plesetsk até o local de testes de Kura, em Kamchatka. O National Defense Control Center supervisionou os exercícios, que tiveram como objetivo avaliar a prontidão das forças nucleares russas. O Ministério da Defesa confirmou que todos os alvos foram atingidos com precisão.
Putin anuncia reforços na força de dissuasão estratégica
Durante o anúncio dos exercícios, Putin destacou a importância das forças estratégicas modernas como um pilar de segurança diante de um cenário geopolítico volátil. O presidente russo afirmou que a força de dissuasão estratégica será equipada com novos lançadores de mísseis, submarinos e bombardeiros. Ele classificou as armas nucleares como uma “medida extrema e excepcional” para garantir a segurança nacional, destacando que o fortalecimento das forças estratégicas é fundamental frente a novas ameaças.
A iniciativa russa segue o exercício “Steadfast Noon”, da OTAN, iniciado em 14 de outubro, que envolveu 13 países do bloco, 2.000 militares e 60 aeronaves. O exercício da OTAN visa treinar os membros europeus para manusear armas nucleares fornecidas pelos Estados Unidos, com base no acordo de compartilhamento nuclear do bloco.
Ampliação do guarda-chuva nuclear e revisão da doutrina russa
No contexto dos exercícios, o Kremlin anunciou recentemente mudanças na doutrina nuclear russa, ampliando a cobertura atômica para incluir a Bielorrússia e classificando ataques convencionais apoiados por potências nucleares, como a Ucrânia, como um “ataque conjunto”. Isso poderia justificar o uso da força estratégica de dissuasão. A nova doutrina reflete o comprometimento de Moscou com a defesa de sua esfera de influência e responde ao aumento das tensões com a OTAN.
A |Rússia mantém postura de alerta e força de dissuasão ativa
Com o aumento das tensões internacionais, a Rússia reafirma sua prontidão para atuar com força máxima em situações de ameaça. O desenvolvimento de forças de dissuasão estratégicas e o reforço na doutrina nuclear sinalizam a determinação do país em responder a riscos geopolíticos e proteger sua segurança nacional.