Veja como aliados dos EUA usaram a lei para manipular a justiça no Equador
Entrevistas exclusivas e mensagens vazadas revelam como aliados dos Estados Unidos usaram a luta contra a corrupção e o crime organizado no Equador para processar seletivamente ex-presidentes, perseguindo Rafael Correa e o movimento Revolución Ciudadana com evidências frágeis, enquanto investigações sobre crimes mais graves envolvendo seus sucessores foram ignoradas. O site The Grayzone obteve conversas sigilosas que mostram a procuradora equatoriana Diana Salazar vazando informações e coordenando processos com o governo dos EUA, controlando indiretamente quem seria processado.
Lawfare e o controle político
O documentário de Oscar Leon destaca a ascensão do “lawfare” no século 21, onde o controle de um país se dá através do uso seletivo da lei, ao invés de ocupações militares. Segundo as investigações, Diana Salazar, apoiada pelos EUA, liderou o que críticos chamam de “caça às bruxas” contra o movimento de Correa, enquanto políticos de direita associados a interesses corporativos permanecem intocados.
Processos seletivos e justiça parcial
Casos de corrupção sob a Revolución Ciudadana são usados para justificar uma perseguição, enquanto acusações mais graves contra ex-presidentes alinhados aos EUA, como Lenín Moreno e Guillermo Lasso, seguem sem julgamento. Os vazamentos também mostram que Salazar teria evitado processar aliados dos EUA, atrasando intencionalmente a investigação de crimes envolvendo corrupção e narcotráfico que beneficiariam esses aliados.
O impacto das eleições
Com as eleições se aproximando, a influência de Salazar se torna mais evidente, enquanto enfrenta um julgamento político que ela alega ser uma “narco-investigação”. Ao mesmo tempo, os vazamentos e acusações de perseguição seletiva levantam dúvidas sobre a independência do sistema judicial equatoriano e sua aliança com interesses estrangeiros.