“Um pesadelo do caralho”: líderes militares criticam novas escolhas de Trump

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Com a escolha de Pete Hegseth para o cargo de Secretário de Defesa, líderes militares expressam preocupações sobre a direção da política externa dos EUA e o impacto nos aliados globais


CNN – A nomeação de Pete Hegseth, apresentador da Fox News e veterano do exército, como Secretário de Defesa dos Estados Unidos, rapidamente provocou uma onda de reações entre comandantes militares atuais e antigos. Pouco após o anúncio de Donald Trump, reações virais começaram a surgir, apontando a falta de experiência prática em assuntos militares e de segurança nacional, além das preocupações com as potenciais mudanças radicais na política externa americana. Em conversas privadas, muitos altos oficiais expressaram ceticismo sobre as escolhas de Trump, temendo que elas possam minar alianças históricas e comprometer a segurança global.

A escolha de Hegseth e o impacto na segurança nacional

O desconforto nas fileiras militares não é com Hegseth pessoalmente, mas com a visão de Trump para o futuro da política externa dos EUA. Enquanto alguns reconhecem a importância de trazer novas ideias para a administração, muitos questionam o que consideram um foco excessivo em lealdade e uma falta de experiência crucial para lidar com questões de segurança nacional. Um ex-general de quatro estrelas, que preferiu não ser identificado, afirmou: “Não há experiência séria na administração do Pentágono ou nos processos de segurança nacional, mas vou tentar manter a mente aberta e espero que ideias frescas possam melhorar coisas que se tornaram obsoletas”. No entanto, ele alertou sobre os riscos de uma única visão dominante controlando as decisões estratégicas.

O “America First” e seus impactos

A política de “America First“, defendida de forma contundente por Trump e amplamente apoiada por Hegseth, tem sido uma pedra angular da campanha presidencial. Essa abordagem busca reverter décadas de políticas externas focadas em alianças multilaterais e envolvimento em conflitos globais. Trump, ao longo de sua carreira política, tem demonstrado uma visão pragmática e transacional nas relações internacionais, tratando alianças e adversários com a mesma lógica de negócios. Essa postura, embora promova uma percepção de “neutralidade”, também ignora as complexidades das relações geopolíticas. A abordagem de Trump sugere que ele estaria disposto a negociar com potências como Rússia e China de forma mais agressiva, sem considerar totalmente os riscos para a ordem internacional liderada pelos EUA.

O que isso significa para a Europa e a Ásia

Líderes da OTAN e aliados dos EUA na Europa e na Ásia já estão se preparando para uma mudança significativa na política externa americana. A possibilidade de Trump retirar os EUA de compromissos de defesa, como a OTAN, e sua postura mais flexível em relação à Rússia e à China, geram incertezas sobre a segurança global. Especialistas em defesa temem que a falta de compromisso dos EUA com seus aliados possa abrir caminho para uma corrida armamentista nuclear, à medida que países como Japão, Coreia do Sul e países europeus possam buscar sua própria segurança sem a proteção do “guarda-chuva nuclear” dos EUA.

O risco de uma nova corrida nuclear

Com o possível enfraquecimento das alianças ocidentais, muitos países podem buscar armas nucleares para garantir sua soberania. Isso inclui nações no Oriente Médio, como Arábia Saudita e Irã, bem como países na Ásia, como a Índia, que poderiam sentir a necessidade de ampliar seus arsenais para dissuadir adversários. Isso, por sua vez, poderia incitar uma nova corrida armamentista nuclear, com implicações globais perigosas.

A busca por uma nova ordem mundial

A atual gestão de Trump, ao priorizar uma abordagem “America First“, poderia redefinir o papel dos EUA no cenário internacional. O ex-conselheiro de segurança nacional de Trump, John Bolton, alertou que se o novo presidente levar sua agenda adiante, a segurança de países como a Ucrânia e Taiwan estaria em risco. A política de Trump de negociar a todo custo pode levar a concessões territoriais em nome da paz, algo que preocupa aliados tradicionais dos EUA. Além disso, o enfraquecimento de tratados de defesa pode abrir brechas perigosas em uma época em que as tensões globais estão em ascensão.

O futuro da política externa dos EUA

O impacto das escolhas de Trump em relação à segurança nacional dos Estados Unidos e sua política externa global será profundo. A ameaça de uma redefinição dos compromissos internacionais dos EUA pode alterar não apenas o equilíbrio de poder, mas também as dinâmicas geopolíticas de décadas. O mundo observa atentamente, e os aliados dos EUA, de Londres a Tóquio, estão se preparando para o que muitos veem como um possível fim da ordem internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial. O risco de um mundo mais fragmentado e perigoso é iminente, e cabe ao próximo governo decidir qual caminho a América tomará.

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