Investigação aponta que o ataque com explosivos tinha como alvo o ministro Alexandre de Moraes. Polícia Federal trata o caso como um atentado terrorista
Ataque em Brasília: a gravidade de um atentado planejado
Na noite de ontem, Brasília foi palco de um ataque que coloca em xeque a segurança pública e a estabilidade política do Brasil. A Polícia Federal (PF) instaurou, na manhã de hoje, um inquérito para investigar o episódio como um ato terrorista. Segundo o diretor da PF, Andrei Passos Rodrigues, o ataque teve como alvo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e foi planejado com uma violência inédita, utilizando explosivos e armadilhas. O caso traz à tona não apenas uma ameaça concreta à autoridade pública, mas também um questionamento sobre a normalização das ameaças e o avanço de ideologias golpistas no país.
O ataque: uma preparação minuciosa
O plano de ataque foi altamente detalhado e envolveu o uso de explosivos. A informação dada pela PF revela que o autor do atentado, que se encontrava em Ceilândia, região periférica de Brasília, preparou um dispositivo com o intuito de atingir o local onde o ministro Alexandre de Moraes estava hospedado. A ação foi cuidadosamente planejada, com a instalação de uma armadilha em uma gaveta, que poderia provocar uma segunda explosão, resultando em mais vítimas. “Era um ataque totalmente calculado”, afirmou Andrei Rodrigues durante entrevista coletiva. “A pessoa responsável estava preparada para agir sozinha, mas havia indícios de que ela teve algum tipo de apoio”, completou o diretor da PF.
A ameaça ao ministro Alexandre de Moraes
O alvo do ataque, o ministro Alexandre de Moraes, já havia sido alvo de diversas ameaças nos últimos anos, mas o ataque de ontem foi mais grave e avançado. O fato de a pessoa responsável pelo atentado ter preparado uma armadilha, mostrando que estava esperando uma intervenção policial, revela a seriedade da ameaça. “Se ele tivesse conseguido detonar o explosivo, poderia ter causado uma tragédia ainda maior”, afirmou Rodrigues. O ataque é, portanto, mais um capítulo de uma série de agressões contra autoridades do STF, especialmente ao ministro Moraes, que tem sido alvo de ataques constantes desde o episódio de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas por manifestantes golpistas.
A questão do terrorismo e da impunidade
O tratamento do caso como terrorismo se alinha à Lei Antiterrorismo, sancionada pelo governo brasileiro durante os Jogos Olímpicos de 2016. Essa lei define como terrorista atos que envolvam violência para alterar a ordem pública ou ameaçar a integridade de autoridades. O diretor da PF deixou claro que o atentado foi planejado com o objetivo de intimidar as instituições e violar a ordem democrática. “Qualquer ato que envolva explosivos e tenha como alvo uma autoridade pública é classificado como terrorismo”, explicou.
Entretanto, a situação atual do país, marcada por tensões políticas e uma crescente normalização de discursos golpistas, coloca em dúvida a eficácia da punição aos envolvidos em atos como o de 8 de janeiro. Passados quase dois anos daquele episódio, muitas investigações ainda estão em andamento, e os mandantes continuam sem ser identificados ou punidos.
O debate sobre a Anistia e a normalização do golpe
Em meio a esse clima de violência e impunidade, o debate sobre uma possível anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro ganhou força nos últimos meses. Essa discussão, promovida por setores da sociedade e da política, pode estar contribuindo para a banalização das tentativas de golpe. Como apontou o jornalista Reinaldo Azevedo, há uma tentativa de normalizar o discurso golpista no Brasil. Para ele, a anistia não é uma solução para o problema das ameaças e da violência política. “Estamos diante de uma normalização do golpe, uma tentativa de apresentar o ato golpista como algo legítimo”, afirmou.
O ministro Alexandre de Moraes, mais uma vez, aparece como um símbolo da resistência democrática, e o ataque de ontem só reforça a necessidade de uma resposta firme do Estado. Enquanto o governo federal lida com a continuidade das investigações, a sociedade brasileira se vê dividida entre os que defendem a punição exemplar dos envolvidos nos ataques e os que pedem uma solução mais conciliatória, como a anistia.
A necessidade de resposta institucional
O ataque em Brasília é um reflexo do clima de radicalização política que tem se intensificado no Brasil. A resposta da Polícia Federal, que classificou o ato como terrorismo, é um sinal de que o Estado brasileiro não pode permitir que a violência política e as ameaças contra autoridades se tornem práticas aceitáveis. A investigação em curso é crucial não apenas para identificar os responsáveis pelo atentado, mas também para dar uma resposta contundente àqueles que tentam minar a democracia. A sociedade brasileira precisa, mais do que nunca, de uma posição firme do Estado para garantir a segurança das instituições e combater o avanço de ideologias extremistas.
Bolsonaro e o paradoxo da pacificação: quem deve ser responsabilizado?
Após o atentado terrorista ocorrido ontem em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez um apelo público à pacificação nacional, em um tweet que rapidamente gerou reações contraditórias. A mensagem de Bolsonaro, que lamentava o episódio de violência e defendia um retorno ao “diálogo pacífico”, levantou uma série de questões, especialmente sobre seu papel na recente história política do Brasil, marcado por ataques constantes à democracia e incitação a práticas golpistas.
Na noite de ontem, um indivíduo com problemas mentais, segundo a Polícia Federal, tentou realizar um atentado contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no que foi classificado como um ato terrorista. Durante a coletiva de imprensa, as autoridades brasileiras relataram que o suspeito havia se preparado de forma meticulosa, com explosivos e armadilhas, para atacar o ministro, o que gerou um clima de insegurança e tensão política no país.
Pacificação ou anistia?
Bolsonaro, em seu tweet, lamentou o atentado, mas foi enfático ao afirmar que o Brasil precisa restaurar um ambiente de “diálogo” entre as diferentes forças políticas. “Já passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente”, escreveu. Em seu discurso, o ex-presidente ressaltou que a “força de argumentos” deveria prevalecer sobre “argumentos da força”, e que as instituições teriam um papel fundamental na construção desse diálogo.
No entanto, o pedido de pacificação de Bolsonaro foi recebido com desconfiança, especialmente por aqueles que o acusam de ter fomentado o golpismo durante seu mandato. Para muitos críticos, a mensagem do ex-presidente não passa de uma tentativa de se livrar das responsabilidades de seus atos, que incluem a incitação ao desrespeito às instituições democráticas. O jornalista Reinaldo Azevedo, por exemplo, questionou o cinismo da proposta de pacificação de Bolsonaro, lembrando que, durante sua gestão, o ex-presidente nunca escondeu suas críticas ao Supremo Tribunal Federal e à democracia, e ainda incitou movimentos golpistas em diversas ocasiões.
A retórica golpista e os atos de incitação
O apelo à pacificação de Bolsonaro ocorre em um contexto político tenso, com o ex-presidente sendo investigado por sua suposta participação em ações golpistas, como a tentativa de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022. Ato contínuo, críticos argumentam que, por trás do discurso de diálogo, Bolsonaro busca uma forma de “anistiar” seus próprios atos, que envolvem não só o incentivo a protestos violentos, mas também o apoio a movimentos que atentam contra a ordem democrática.
Entre as atitudes mais questionáveis de Bolsonaro estão o apoio explícito a manifestações que pediam o fechamento do STF, o incitamento a ataques contra a legitimidade das eleições e a articulação de um golpe de estado, como revelado pela reunião ministerial de 5 de julho de 2022, que pretendia manipular os resultados eleitorais. A partir desse contexto, o pedido de pacificação soa, para muitos, como uma tentativa de desviar a atenção das suas ações de desestabilização.
A impossibilidade da anistia
O debate sobre uma possível anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 também voltou à tona após as declarações de Bolsonaro. Alguns setores políticos, com base em argumentos de “pacificação”, sugerem que uma anistia poderia ser um caminho para superar as tensões políticas. No entanto, a ideia encontra resistência tanto na sociedade quanto nas instituições, principalmente no Supremo Tribunal Federal, que já se posicionou contrariamente à concessão de perdão para aqueles que atentam contra a democracia.
Embora o ex-presidente tenha feito um apelo por pacificação, há um entendimento crescente de que o Brasil não pode seguir adiante sem responsabilizar aqueles que tentaram derrubar o regime democrático. A análise é clara: um eventual perdão ou anistia não apenas enfraqueceria o sistema de justiça, mas também abriria precedentes perigosos para a tolerância com atos terroristas e golpistas. A sociedade brasileira, e principalmente as instituições democráticas, têm de seguir um caminho firme no combate à impunidade.
A responsabilidade pelas palavras e atos
O discurso de pacificação de Jair Bolsonaro deve ser lido com cautela, considerando o histórico recente de sua postura pública. A tentativa de normalizar atitudes golpistas e a retórica contra a democracia não podem ser ignoradas em um momento de crise política tão grave. A pacificação, como defendida pelo ex-presidente, não pode ser confundida com a aceitação de discursos de ódio, violência ou antidemocracia.
O Brasil segue em uma fase de transição política, e as consequências dos atos golpistas ainda estão sendo investigadas. Enquanto Bolsonaro tenta se esquivar das responsabilidades, o país precisa de uma resposta firme para garantir que a democracia seja preservada, que os responsáveis pelos ataques sejam punidos, e que as instituições brasileiras continuem a desempenhar seu papel de forma independente e soberana.
O papel das autoridades na normalização do golpismo
Nos últimos meses, as declarações de autoridades e figuras políticas têm gerado um clima tenso no Brasil, alimentando a polarização e contribuindo para um ambiente de apologia ao golpe e ao desrespeito às instituições democráticas. Um exemplo claro disso são os posicionamentos públicos de políticos que, ao se colocarem contra a defesa do Supremo Tribunal Federal (STF) e defenderem a anistia para os envolvidos nos atos golpistas, acabam incentivando um clima de instabilidade e violência política.
Recentemente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, subiu ao palanque para apoiar a ideia de anistia aos golpistas, uma postura que gerou intensos debates sobre a responsabilidade política daqueles em cargos institucionais. Tarcísio, ao manifestar-se publicamente contra as instituições democráticas e em favor de ações contra ministros do STF, como Alexandre de Moraes, não apenas desrespeita a ordem constitucional como também contribui para a criação de um terreno fértil para radicalismos.
Essa atitude, juntamente com o apoio de outras figuras políticas à apologia do golpe, coloca em risco a democracia brasileira. Quando autoridades com funções institucionais participam ativamente de palanques que incitam a derrubada de ministros e a deslegitimação do STF, estão criando um ambiente de violência simbólica, no qual cidadãos se sentem incentivados a adotar atitudes extremas, como o recente ataque terrorista contra Alexandre de Moraes.
O impacto das redes sociais e a radicalização
As redes sociais desempenham um papel fundamental na amplificação de discursos radicais. Nelas, bolhas de discurso se formam e os usuários, muitas vezes, acabam expostos a ideias que não condizem com o espírito democrático e plural do Brasil. Dentro dessas bolhas, pessoas são constantemente alimentadas por conteúdos extremistas, o que pode levá-las a acreditar que estão sendo suficientemente “justas” ou “legítimas” ao adotar atitudes violentas ou antidemocráticas.
No entanto, a responsabilidade maior está com as lideranças políticas, que têm o poder de influenciar não apenas as massas, mas também as instituições do país. Quando figuras públicas com poder de decisão, como políticos, defendem a “normalização” do golpismo, o discurso de ódio e a violência tornam-se não apenas aceitos, mas até esperados. Esse é o cenário perigoso que, infelizmente, tem se desenhado no Brasil nos últimos anos.
A apologia ao golpe e suas consequências
O que torna essa questão ainda mais grave é a continuidade do golpismo após o fim do governo Bolsonaro. O ex-presidente, que durante sua gestão fez constantes ataques às instituições democráticas e apoiou manifestações que pediam o fechamento do STF, continua sendo uma figura central no cenário político brasileiro. Suas posturas não foram dissociadas do discurso de desestabilização, e, apesar de o golpe de janeiro de 2023 não ter sido bem-sucedido, ele continua ecoando em certos setores da sociedade.
O ataque contra o STF e a tentativa de deslegitimar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023 são reflexos de um projeto político maior: a negação da democracia e a busca por uma política autoritária. Ao adotar a postura de pacificação proposta por Bolsonaro, muitos ignoram as consequências de um discurso que banaliza a violência política e tenta minimizar o golpe de 2023.
É essencial que a sociedade e as instituições brasileiras busquem a responsabilidade política daqueles que, direta ou indiretamente, incitam a violência e o golpismo. Embora seja impossível responsabilizar todos os que compartilham desses discursos de maneira penal, é preciso que se busque a punição política daqueles que, com suas atitudes, colocam em risco a integridade da democracia.
A responsabilidade política: um caminho para evitar a repetição
A recente tentativa de ataque terrorista contra o ministro Alexandre de Moraes deve servir como um alerta sobre os perigos da radicalização política. A responsabilidade por esse tipo de ato não é apenas penal, mas também política. Aqueles que incentivam esse tipo de comportamento, seja em discursos públicos ou através de ações concretas, devem ser cobrados por suas posturas.
Se a apologia ao golpe não for reprimida, corremos o risco de ver episódios como o ocorrido em Brasília se repetirem. A liberdade de expressão é fundamental para a democracia, mas não pode ser usada como desculpa para promover discursos que incitam ódio e violência. O Brasil precisa de líderes que, em vez de contribuir para a divisão, trabalhem para fortalecer as instituições e garantir a segurança e a liberdade de todos os cidadãos.
A Dinâmica do Golpismo e a Crise da Democracia Brasileira
A recente onda de declarações públicas e reações a episódios de violência política no Brasil, como o atentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a retórica de figuras como Jair Bolsonaro, mostra como a polarização e o discurso antidemocrático têm contaminado os espaços institucionais e o debate público. A resposta do ex-presidente à tragédia em Brasília, ao defender a “pacificação” e sugerir que criminosos como os golpistas de janeiro de 2023 poderiam ser anistiados, lança luz sobre a complexidade da situação política atual e revela o quanto esse tipo de discurso pode ser perigoso para a democracia.
A Falácia da Pacificação e a Normalização do Golpismo
Bolsonaro, ao criticar as instituições e pedir uma reconciliação nacional, tem ignorado as implicações de suas palavras, que soam mais como um apelo à impunidade do que uma tentativa genuína de pacificar o país. Ele sugere que, para que haja um diálogo entre as diferentes forças, seja necessário conceder anistia aos envolvidos no ataque golpista de 2023, o que, na visão de muitos, é uma tentativa de normalizar um movimento que atenta diretamente contra a ordem democrática. Essa ideia de “pacificação” está sendo defendida por alguns setores da direita, mas é visto por críticos como uma tentativa de legitimar ações antidemocráticas em nome de uma falsa harmonia.
O Ministro Alexandre de Moraes, em resposta a essa proposta, foi categórico: “Não há possibilidade de pacificação com anistia a criminosos”. A fala de Moraes reforça o entendimento de que a democracia brasileira não pode ceder à impunidade, especialmente quando se trata de atos que comprometem suas instituições e seu funcionamento. Para ele, a pacificação só será possível quando a responsabilização e a justiça forem asseguradas, e qualquer tentativa de minimizar os atos golpistas, como a proposta de anistia, agrava ainda mais o risco à estabilidade do país.
O Golpismo de Redes e a Radicalização
O caso de Francisco Vanderley Luiz, autor do atentado que culminou em sua morte, também traz à tona a questão das redes sociais e do papel das bolhas de radicalização. De acordo com a ex-mulher de Vanderley, o atentado estava sendo planejado há algum tempo, e ele já nutria um ódio pessoal contra o ministro Alexandre de Moraes, além de ter se envolvido em ações extremistas. As redes sociais, como sempre, funcionaram como um amplificador de vozes radicais, criando espaços onde as ideias de ódio e violência contra as instituições puderam prosperar.
O fenômeno das bolhas digitais não é novo, mas seu impacto tem sido crescente. Quando figuras públicas, como Bolsonaro e seus aliados, incentivam essas narrativas, elas acabam se infiltrando em setores mais amplos da sociedade, promovendo um ciclo de radicalização difícil de interromper. O próprio ex-presidente, ao apoiar a pacificação com anistia aos golpistas e sugerir que o STF seja um dos “culpados” pela violência política, está inadvertidamente alimentando essa espiral de radicalização. O perigo, como bem colocou Reinaldo Azevedo, é que essa normalização do golpismo e da violência política se torne uma prática aceitada em determinados círculos, dificultando qualquer tentativa real de reconciliação ou de fortalecimento das instituições.
A Regulação das Redes Sociais e a Responsabilidade das Autoridades
Uma das questões cruciais que emerge nesse cenário é a necessidade urgente de regulamentação das redes sociais. O discurso de ódio, a disseminação de fake news e a organização de milícias digitais têm causado estragos irreparáveis na confiança pública e nas instituições democráticas. Autoridades como Alexandre de Moraes têm defendido uma regulação mais rigorosa dessas plataformas, especialmente após o atentado em Brasília. O objetivo é controlar a desinformação e o discurso de incitação à violência, como uma forma de evitar novos episódios como o que ocorreu no início do ano.
A regulamentação das redes sociais não é uma questão simples. Países da Europa, como Alemanha e França, já aprovaram leis rigorosas para coibir a disseminação de discurso de ódio e fake news. No entanto, no Brasil, a discussão continua sendo dificultada pela pressão de grupos que defendem a liberdade irrestrita nas plataformas. Como apontou Moraes, a falta de regulação das redes sociais contribui para a escalada de agressividade e para o fortalecimento de grupos extremistas, que se sentem legitimados a atacar as instituições sem medo de represálias.
O Ponto Crítico da Responsabilização
É preciso entender que a responsabilidade não recai apenas sobre os indivíduos que cometem atos de violência, mas também sobre aqueles que, no poder, incentivam ou validam essas ações. Quando Jair Bolsonaro e outros líderes de sua órbita minimizam o caráter golpista dos acontecimentos de 2023 e pregam a “pacificação” por meio da anistia, estão deixando claro que não compreendem o dano que isso causa ao processo democrático. Mais grave ainda é o fato de que essas posturas podem inspirar novos ataques, como o que ocorreu com Francisco Vanderley.
O que o Brasil precisa agora é de uma responsabilização política robusta. Os líderes que defendem a anistia ou minimizam o impacto dos atos golpistas devem ser chamados a responder por suas ações. Esse é um ponto essencial para garantir que a democracia continue a ser um sistema de direitos e deveres, e que a impunidade não prevaleça.
A pacificação proposta por figuras como Bolsonaro, longe de ser uma solução, é uma tentativa de suavizar e legitimar ações que representam uma ameaça direta à democracia. A ideia de que o Brasil possa viver em harmonia com golpistas e extremistas é uma falácia perigosa. A verdadeira pacificação só ocorrerá quando as instituições forem fortalecidas e os responsáveis por atos antidemocráticos forem devidamente responsabilizados.
A regulação das redes sociais, a punição a quem fomenta o ódio e a defesa incansável da democracia são caminhos indispensáveis para que o Brasil supere esse momento de crise. O país não pode aceitar, em nome da conciliação, o retorno de práticas que ameaçam sua estabilidade política e social. O governo, as instituições e a sociedade devem agir com firmeza para garantir que a democracia prevaleça e que os responsáveis por ataques contra as instituições paguem por suas ações.
Nos últimos anos, as redes sociais se transformaram em um dos principais canais de comunicação no Brasil e em outras partes do mundo. No entanto, junto com suas inovações e facilidades, surgiram também perigos, como a propagação de discursos de ódio, incitação à violência e até mesmo ataques terroristas. O caso recente das explosões em Brasília, que envolveu Francisco Vanderlei Luiz, é um exemplo claro de como essas plataformas digitais têm sido usadas para radicalizar indivíduos e incitar ações criminosas.
Embora as plataformas tentem aplicar filtros para impedir conteúdos violentos, a realidade é que o ambiente digital ainda é um campo fértil para a disseminação de ideias extremistas. Como lembra o jornalista Reinaldo Azevedo, a responsabilização das redes sociais e a regulamentação da atuação dessas plataformas são urgentes para evitar que esse tipo de conteúdo siga sendo compartilhado sem controle.
O ambiente de radicalização nas redes sociais
A grande questão levantada por especialistas e autoridades é o papel das redes sociais na criação e manutenção de ambientes de radicalização. Francisco Vanderlei Luiz, que realizou os atentados em Brasília, não era uma figura amplamente conhecida nas redes sociais, mas estava inserido em um contexto de extremismo, que favorece a radicalização. A internet, especialmente as redes sociais, tornou-se o principal ponto de encontro para aqueles que defendem atitudes extremas, muitas vezes alimentadas por teorias da conspiração e incitação ao ódio.
As ferramentas de IA e os filtros contra discurso de ódio
Plataformas como Facebook, Twitter e Instagram têm investido em ferramentas baseadas em Inteligência Artificial (IA) para tentar identificar e bloquear conteúdos extremistas. Contudo, é difícil acompanhar a quantidade de postagens e perfis que surgem a cada segundo, o que faz com que muitos discursos de ódio ainda consigam passar despercebidos pelos sistemas automatizados.
A falta de regulamentação e a impunidade nas redes sociais
Um ponto central dessa discussão é a ausência de uma regulamentação eficaz para responsabilizar as plataformas digitais pelos conteúdos que permitem circular. De acordo com analistas, a falta de punição para as redes sociais que abrigam discursos de incitação à violência é um fator que permite a perpetuação desse ambiente tóxico.
A responsabilização das plataformas e a necessidade de leis mais rígidas
A regulamentação das redes sociais tem sido um tema de debate em diversas partes do mundo. Na Europa, por exemplo, já há esforços legislativos para estabelecer regras mais rígidas para o controle de conteúdos. No Brasil, a discussão sobre a necessidade de responsabilizar as redes sociais cresce, principalmente quando se observa a quantidade de crimes relacionados ao discurso de ódio e incitação à violência.
O que fica claro é que não se trata de censura à liberdade de expressão, mas sim de coibir crimes que acontecem dentro dessas plataformas. “O que é crime fora da rede é crime dentro da rede”, como lembrou um dos entrevistados.
O impacto da retórica radical no Brasil
No Brasil, a retórica radical e a constante incitação ao ódio têm efeitos profundos na sociedade. Figuras como o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros líderes de extrema direita alimentaram, ao longo dos anos, um ambiente em que ataques às instituições democráticas, como o Supremo Tribunal Federal (STF), passaram a ser comuns. Para esses grupos, a liberdade de expressão é um direito absoluto, que não pode ser restringido, mesmo quando as falas incitam violência ou a destruição de direitos fundamentais.
A relação entre a radicalização online e a violência física
A radicalização nas redes sociais muitas vezes se traduz em ações concretas. O atentado em Brasília, por exemplo, não foi apenas uma manifestação de uma ideia radical, mas uma ação direta motivada por discursos de ódio encontrados na internet. A conexão entre o discurso radical e a violência física é clara: quando as pessoas começam a acreditar que suas ideias devem ser impostas à força, a linha entre palavras e ações se torna cada vez mais tênue.
O que precisa mudar: a regulamentação das redes sociais
A mudança precisa começar com uma legislação mais rigorosa sobre o controle de conteúdos nas redes sociais. No entanto, não é uma tarefa simples. As plataformas digitais têm enorme poder econômico e político, e muitas vezes resistem a mudanças que possam afetar seus lucros. A pressão sobre os governos, por sua vez, deve aumentar, pois os ataques terroristas e as ameaças ao STF e a outras autoridades políticas não são mais incidentes isolados. Eles fazem parte de um cenário mais amplo de radicalização, que precisa ser combatido com leis eficazes e punições severas.
A falha nas abordagens atuais
Atualmente, as abordagens adotadas pelas autoridades para lidar com esses casos são muitas vezes reativas e não preventivas. A falta de um sistema de monitoramento eficaz nas redes sociais permite que discursos de ódio se propaguem livremente, sem as devidas consequências. Enquanto isso, as autoridades continuam a investigar e a processar indivíduos, como no caso do atentado de Brasília, mas a verdadeira solução exige uma mudança na forma como as plataformas operam e na legislação que as regula.
A radicalização online e o discurso de ódio nas redes sociais não podem mais ser ignorados. A falta de regulamentação e a impunidade das plataformas digitais permitem que indivíduos como Francisco Vanderlei Luiz sejam incitados e, eventualmente, ajam com violência. A responsabilidade das redes sociais em moderar seus conteúdos deve ser discutida com urgência, para que ações criminosas como essas não se tornem cada vez mais comuns.