Primeiro satélite 100% brasileiro entra em operação e deve ajudar na proteção ambiental

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Satélite vai ter um papel de destaque na preservação do meio ambiente e no monitoramento do desmatamento ilegal

Até janeiro de 2020, a Agência Espacial Europeia estimava a existência de até 30 mil objetos espaciais em órbita lançados por diferentes países. Desse total, cerca de 3400 estão em órbita da Terra. Mas, somente nove são brasileiros — sendo que apenas seis são satélites grandes; os outros são nanossatélites, usados principalmente para fins educacionais.  Este ano, porém, o Brasil deu mais um passo em seu programa de exploração espacial: nosso país vai ter o primeiro satélite de observação completamente projetado, integrado, testado e operado por brasileiros.

Tudo começou em 2002, com um projeto para a criação de uma Plataforma Multimissão, mais conhecida pela sigla PMM. Trata-se do módulo de serviço de um satélite, responsável por fornecer energia elétrica e os sistemas de transmissão de dados que dão suporte à missão. Se satélites fossem caminhões, a PMM seria a cabine na qual é possível acoplar diferentes tipos de chassis para diferentes cargas — um furgão, um frigorífico ou uma caçamba aberta. Ou seja, essa espécie de cabine pode ser usada em diferentes missões.

O INPE e a Agência Espacial Brasileira, responsáveis pelo projeto, superaram o desafio de construir um satélite apenas para uma única missão. No dia 28 de fevereiro, o satélite brasileiro Amazônia-1 foi lançado à órbita. As primeiras imagens do satélite foram recebidas no dia 3 de março.

No dia 10 de março, imagens mostravam a reserva nacional de vida silvestre, na Amazônia boliviana. O equipamento é o terceiro a formar o sistema Deter e vai auxiliar na observação e no monitoramento do desmatamento na região amazônica. O equipamento é coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e faz parte da Missão Amazônia, que busca monitorar a agricultura e o desmatamento no território brasileiro. Como o Brasil não possui estruturas de lançamento para colocar satélites em órbita, por isso o Amazônia-1 precisou ser lançado da Índia.

Além da função principal de sensoriamento remoto, o Amazônia-1 servirá para avaliar a Plataforma Multimissão.  Essa plataforma poderá servir de base para o desenvolvimento de novos satélites com diferentes funções. A missão deve durar quatro anos. Ao fim desse período, serão feitas avaliações para verificar a viabilidade de manter o satélite por mais tempo em órbita.

Caso a missão seja finalizada, o Brasil terá um prazo de 25 anos para tirar o satélite do espaço. Normalmente esses objetos espaciais acabam caindo na Terra, e isso é feito, em geral, sobre o Oceano Pacífico, para que eventuais restos que não desintegraram não provoquem acidentes em solo. É importante que as políticas públicas estejam adequadas às informações fornecidas pelo Amazônia-1. O controle do desmatamento e os sistemas de comunicação são alguns bons exemplos.

O equipamento é projetado para gerar imagens do planeta a cada cinco dias e, sob demanda, pode fornecer dados de um ponto específico em dois dias.  Em caso de um eventual desastre ambiental, por exemplo, como o rompimento da barragem em Mariana, em 2015, o monitoramento poderá ser ajustado para o local. Focos de queimada também poderão ser visualizados.

Assim, o satélite vai ter um papel de destaque na preservação do meio ambiente e no monitoramento do desmatamento ilegal, contribuindo para a preservação da Amazônia.

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