Vídeo: presidente francês leva um tapa durante visita a Tain-l’Hermitage, no sudeste da França

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Dois homens, supostamente monarquistas, estão sob custódia da polícia.

O presidente francês Emmanuel Macron sofreu uma “tentativa de agressão” quando cumprimentava moradores de Tain-l’Hermitage, cidade no sudeste da França. O tapa que resvalou em Macron foi condenado pela classe política de um país cada vez mais tenso à medida que se aproximam as eleições presidenciais de 2022.

De acordo com as imagens de um vídeo postado no Twitter, Macron se aproxima de um grupo de pessoas e fala com um homem, que agarra seu antebraço e parece dar um tapa nele. A equipe do presidente evocou “uma tentativa de agressão”.

No mesmo vídeo, pouco antes do incidente, é possível ouvir grito de guerra monarquista “Montjoie Saint Denis!” e também “Abaixo a macronia!” Dois homens de 28 anos, sem antecedentes criminais, foram presos, informou o promotor Alex Perrin, que garantiu que suas motivações são desconhecidas no momento.

“Por volta das 13h15 (8h15 de Brasília), o presidente entrou em seu carro após uma visita a uma escola secundária e saiu porque as pessoas presentes o chamavam. Ele foi em direção a elas e nesse momento ocorreu o incidente”, explicou a prefeitura do Drôme.

“O homem que tentou agredir o presidente e outro indivíduo estão sendo interrogados pela brigada da gendarmaria de Tain-L’Hermitage”, disse, sem dar informação sobre a identidade da dupla.

O chefe de Estado, que iniciou na quarta-feira um giro pelo país depois de um ano de crise de saúde e faltando um ano para as próximas eleições presidenciais, continuou com a visita, indicaram fontes da Presidência.

As reações da classe política não tardaram a chegar. O primeiro-ministro Jean Castex tomou a palavra na Assembleia Nacional para condenar a tentativa de agressão. “A política não pode ser a violência, a agressão verbal e menos ainda a agressão física”, disse Castex.

Os líderes da oposição também condenaram o ataque. “É inadmissível agredir fisicamente o presidente da República, os líderes políticos, mas ainda mais o presidente”, declarou Marine Le Pen, candidata de extrema direita à Presidência. “Me solidarizo com o presidente”, disse o candidato presidencial de esquerda Jean-Luc Mélenchon em sua conta no Twitter.

Este incidente ocorre em um clima cada vez mais tenso na França, onde os insultos e ataques verbais se multiplicam. Mélenchon provocou polêmica por comentários considerados conspiratórios e vinculando o terrorismo às eleições, sugerindo que os atentados beneficiavam os políticos.

Essas declarações indignaram as famílias das vítimas e a classe política, mesmo da esquerda. O candidato denunciou uma “manipulação” de suas palavras e tentou desviar a atenção para um vídeo de um ‘youtuber’ – posteriormente removido – que simula o assassinato de um membro de seu partido. Minutos antes de ser agredido, Emmanuel Macron apelou a “que todos respeitem e se acalmem para não enfraquecer a democracia”.

Ataques físicos a presidentes são raros na França. O mais sério nas últimas décadas remonta a 2002, quando um militante de extrema direita tentou matar Jacques Chirac a tiros durante a parada militar em 14 de julho.

AFP

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