Segunda fase da operação ocorre nas comunidades Munduruku e Sai Cinza, em Jacareacanga, cidade a 2 mil km de Belém. Policiais foram atacados na primeira investida contra o suposto garimpo ilegal na região.
Agentes da Polícia Federal e da Força Nacional realizam nesta quarta-feira (16) a Operação Mundurukânia 2, contra o garimpo ilegal, em terras indígenas na cidade de Jacareacanga, no sul do Pará, a 2 mil km de Belém. A ação é conjunta com a Força Nacional de Segurança Pública e a Força Aérea Brasileira.
Ao todo, 45 policiais federais e 30 integrantes da Força Nacional atuam nas terras indígenas Munduruku e Sai Cinza, localidades que seriam alvo de garimpeiros. Eles cumprem seis mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de Itaituba.
O objetivo é ataques contra os agentes de segurança pública que participaram da Operação Mundurukânia 1, bem como dos incêndios provocados nas residências das lideranças indígenas nos dias 25 e 27 de maio.
Os crimes investigados são de associação criminosa, incêndio, atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo e coação no curso do processo, entre outros.
Na terça-feira (15), a Justiça Federal determinou o envio de agentes federais para as duas terras indígenas em resposta ao ataque a um ônibus com indígenas Munduruku.
Conflitos
Os atos hostis ocorreram entre 25 a 27 de maio, logo após a deflagração da Operação Mundurukânia 1, que combateu a prática clandestina de garimpos nas terras indígenas Munduruku e Sai Cinza, no município de Jacareacanga.
Essa prática, além de provocar graves danos ao meio ambiente, devido ao uso de produtos químicos altamente nocivos, o que causou a poluição de rios e lençóis freáticos, também gerou conflitos entre garimpeiros e indígenas.
Incêndio em terra Munduruku em Jacareacanga, no Pará, na primeira etapa da operação da PF, em maio. — Foto: Reprodução
Os manifestantes, que seriam de grupos do garimpo, tentaram invadir a base e depredar patrimônio da União, aeronaves e equipamentos policiais, provocando que medidas de contenção fossem tomadas com efetividade para a dispersão dos invasores sem que houvesse feridos.
De acordo com a PF, o cumprimento dessa operação também faz parte de uma série de medidas, determinadas pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, em julho do ano passado, para realizar o enfrentamento e monitoramento da Covid, a fim de evitar o contágio e a mortalidade entre a população indígena.
Ainda segundo a PF essa prática, além de provocar graves danos ao meio ambiente devido ao uso de produtos químicos altamente nocivos, ainda causa a poluição de rios e lençóis freáticos, além de gerar uma série de outros problemas sociais na região, como conflitos entre garimpeiros e indígenas.
Fonte: G1 – Pará