‘Sou um governador gay. Não sou um gay governador’, diz Eduardo Leite

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Governador do Rio Grande do Sul assumiu orientação sexual pela primeira vez publicamente, com justificativa de que é necessário debater identidade no atual momento político do país

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), assumiu pela primeira vez em público sua orientação sexual, durante entrevista ao programa Entrevista com Bial, da TV Globo. O programa divulgou um vídeo em suas redes sociais com o trecho da entrevista, na qual Leite justifica que é necessário debater identidade no atual momento político do país.

“Nesse Brasil, com pouca integridade nesse momento, a gente precisa debater o que se é, para que fique claro e não se tenha nada a esconder”, diz Leite no vídeo. “Eu sou gay, e sou um governador gay. Não sou um ‘gay governador’, tanto quanto Obama nos Estados Unidos não foi um ‘negro presidente’. Foi um presidente negro. E tenho orgulho disso”.

Leite foi eleito no Rio Grande do Sul em 2018 com 53,6% dos votos. Ele tem 36 anos, o que o torna o governador mais jovem em exercício hoje no país. Antes, foi prefeito de Pelotas entre 2013 e 2016 e, antes disso, foi secretário municipal, vereador e presidente da Câmara Municipal na mesma cidade.

Ele participou nessa quinta-feira (1º) de um debate do Estadão e do Centro de Liderança Política (CLP) com os ex-ministros e presidenciáveis Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandetta (DEM), em São Paulo, para debater os desafios do país na saída da pandemia do coronavírus e na retomada econômica.

Ironia desnecessária

Em tom claramente homofóbico, o presidente Jair Bolsonaro ironizou o governador do Rio Grande do Sul por este ter revelado ser homossexual. “O cara está se achando o máximo. Bateu no peito. ‘Assumi!’. É o cartão de visita para a candidatura dele”, disse o presidente a apoiadores nesta sexta-feira (2) na saída do Palácio da Alvorada. Bolsonaro afirmou não ter “nada contra a vida pessoal” de Leite, mas reprovou o que chamou de tentativa de “impor o seu comportamento para os outros”. 

O tucano foi cumprimentado por figuras de diferentes matizes político-ideológicas, como o governador de São Paulo João Doria (PSDB) e a vice da chapa de Fernando Haddad à Presidência da República em 2018, Manuela d’ Ávila.

Em outro momento da conversa com apoiadores, o presidente rechaçou a possibilidade de demarcar terras indígenas em seu governo e alegou que a medida “isola áreas produtivas”. “Nossos irmãos índios já tem 14% de terras demarcadas. É mais que Rio e São Paulo juntos”, disse.

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