Depois de acumular maio fortuna do mundo, Jeff Bezos deixa o comando da Amazon

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Fundador da empresa começou com uma loja on-line de livros e pretende ir ao espaço

Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo, embarca em uma nova etapa de sua carreira após ter criado, a partir de uma modesta livraria on-line, uma das empresas mais pujantes do planeta: a Amazon. Aos 57 anos, o empresário deixa na segunda-feira (5) o cargo de CEO para Andy Jassy para se dedicar a outros projetos, começando com uma viagem ao espaço em 20 de julho.

O empresário manterá um papel-chave na empresa que fundou há 27 anos e permanecerá como presidente executivo do conselho de administração. Embora tenha sido celebrado pelas muitas inovações que mudaram completamente setores econômicos inteiros, também foi muito criticado por certas práticas comerciais ou pelo tratamento dos assalariados.

Quer se trate da vendas de livros, TI ou entrega em domicílio, “Bezos é um líder que promove e mudança”, diz Darrell West, do centro de inovação tecnológica do Brookings Institution. “Promoveu inúmeros serviços que as pessoas já incorporaram, como fazer compras on-line, fazer pedidos e mandar entregar no dia seguinte”, destaca.

Lançada da garagem de Bezos, a Amazon agora vale mais de US $ 1,7 trilhão na bolsa de valores e sua receita foi de US $ 386 bilhões em 2020. É um grupo tentacular, que vai do comércio on-line à computação em nuvem, passando por inteligência artificial e produção de filmes.

Instinto

Bezos “tem o instinto para descobrir o que vai funcionar”, estima Roger Kay, analista da Endpoint Technologies Associates. A empresa superou seus rivais ao decidir, nos primeiros anos, “reinvestir todos os lucros em seu crescimento”, lembra Kay. Uma estratégia que pode ter deixado os investidores perplexos, mas agora “parece completamente lógica”, destaca.

Para Bob O’Donnell, da Technalysis Research, Bezos “não foi o primeiro ou o único” na onda do comércio on-line, “mas ele a entendeu e trabalhou para melhorá-la”. O chefe da Amazon “entendeu principalmente a necessidade de construir as infraestruturas”, com sua vasta rede de caminhões, depósitos ou aviões, destaca O’Donnell. “Muitas outras empresas não colocaram dinheiro nesse trabalho ingrato nos bastidores”.

Mesmo depois de dar à sua ex-esposa parte de suas ações na Amazon após o divórcio, Bezos tem atualmente cerca de 200 bilhões de dólares, de acordo com a revista Forbes. Ele deixa o dia a dia da empresa para se dedicar mais a seus outros projetos, como a sociedade Blue Origin – que fará seu primeiro voo de turismo espacial no dia 20 de julho com Bezos a bordo.

O empresário também é dono do Washington Post e disse que quer gastar tempo e dinheiro no combate às mudanças climáticas.

Vítima de seu sucesso?

Ele sai em um momento em que a Amazon, que emprega mais de 800 mil pessoas nos Estados Unidos depois de ver sua atividade decolar ainda mais durante a pandemia, enfrenta muitas críticas de defensores dos trabalhadores e reguladores.

A Amazon observa que oferece um salário mínimo de US $ 15 por hora e outras vantagens, mas os críticos regularmente denunciam a obsessão com a eficiência, mesmo sob o risco de tratar os trabalhadores como máquinas.

Em sua última carta anual aos acionistas em abril, e após saber de uma tentativa de sindicalização em um armazém do grupo no Alabama, Bezos reconheceu que a empresa deve melhorar para seus funcionários e prometeu que a Amazon se tornaria “a melhor empregadora do planeta”.

Mas, preocupados com a crescente influência dos gigantes da tecnologia em grandes setores da economia, os reguladores estão estudando medidas que podem levar ao desmantelamento parcial da Amazon.

A companhia pode então se tornar “uma vítima de seu próprio sucesso”, diz Kay. Mas mesmo que o grupo tenha que se dividir em várias entidades, cada uma “prosperará em seu próprio mercado”, prevê. “Posso imaginar facilmente um cenário em que a soma dessas entidades se mostre maior que o conjunto unificado. Os acionistas não devem sofrer.” (AFP)

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