A vacina e seus bons resultados

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Enquanto a vida nos EUA começa a voltar ao normal, o Brasil registra em torno de 50% dos adultos vacinados com ao menos uma dose

Nos Estados Unidos, no primeiro pronunciamento à nação depois de tomar posse como presidente, Joe Biden prometeu chegar ao feriado de 4 de julho, Dia da Independência, com 70% dos adultos vacinados com pelo menos uma dose contra a covid-19. A data simbolizaria o marco da volta à normalidade, interrompida pela pandemia. Não conseguiu, mas chegou bem perto da meta: até o último domingo, 66,8% dos americanos com 18 anos ou mais haviam tomado ao menos uma dose. No caso da população total, 54,7% tinha sido vacinada com ao menos uma inoculação, e 47,1% com a imunização completa. No entanto, a boa notícia é que, desde a promessa do democrata, a média semanal de mortes provocadas pelo vírus desabou 93,6%. Despencou de 3.366 para 214. E, nos últimos seis meses, nada menos que 99,5% dos óbitos por coronavírus foram de pessoas não vacinadas. No Twitter, Biden comemorou: “A América está voltando”, escreveu.

Enquanto a vida nos EUA começa a voltar ao normal, o Brasil registra em torno de 50% dos adultos vacinados com ao menos uma dose. Mas menos de 15% da população total foi completamente imunizada. Mesmo assim, em boletim na semana passada, a Fiocruz apontou queda na média de mortes por covid-19 e diminuição na taxa de ocupação de leitos de UTIs no país. E as relacionou à vacinação. Mas alertou que tanto a média de casos como a de óbitos continua em patamares elevados. Por isso, defendeu, o ritmo da vacinação precisa ser mais intenso. E advertiu que as medidas protetivas contra o coronavírus não podem ser relaxadas.

Ainda que os EUA estejam bem à frente do Brasil na vacinação, autoridades em saúde do país alertam para o avanço do contágio da temida variante Delta entre os americanos. Sobretudo num momento em que a Casa Branca encontra dificuldade em ampliar a imunização. Na Europa, diversos países enfrentam problemas com o aumento de casos provocados por essa cepa, identificada primeiramente na Índia. No Reino Unido, o primeiro-ministro, Boris Johnson, decidiu seguir recomendações de cientistas e adiou para este mês o fim das restrições contra a covid-19. Portugal instaurou toque de recolher. E governos da França, Itália e Alemanha discutem medidas.

No Brasil, hoje, a cepa predominante é a Gamma, segundo estudos da Fiocruz. Mas, até ontem, a variante Delta havia sido identificada em cinco estados. A alta capacidade de transmissão dessa mutação é o que mais preocupa especialistas. “Se acontecer um estouro da Delta, infelizmente, a gente vai ver o que já vimos com a Gamma”, diz o cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt, coordenador da Rede Análise Covid-19. “Primeiro, vimos as pessoas piorando, os números crescendo e, depois, confirmamos que era a Gamma”, conta. Ou seja: além de acelerar a vacinação, o país precisa ter foco no controle da disseminação, não afrouxar nas ações restritivas em vigor e incentivar medidas protetivas, como o uso de máscaras e o distanciamento social.

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