Aumentos acumulados em 23 anos chegam a 721%, quando a inflação ficou em 307%, aponta Dieese. Concessionária, atualmente chamada Equatorial Energia, teve novo reajuste aprovado pela Aneel.
Os reajustes no preço da energia elétrica no Pará estão bem acima da inflação e dos reajustes salariais, exceto o salário mínimo, desde a privatização da concessionária Centrais Elétricas do Pará (Celpa), atualmente Equatorial Energia.
Segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), desde julho de 1998 até então a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), gira em torno de 307%. Já a alta no preço na energia chega a cerca de 721% em 23 anos.
O aumento da energia no Pará mais recente entrou em vigor no sábado (7), após aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O aumento vale para cerca de 2,77 milhões de unidades consumidoras em 144 municípios do estado. O reajuste médio fica em 9,01% distribuído da seguinte forma:
- aumento de 8,02 para consumidores residenciais (B1);
- 8,62% para consudimores cativos (baixa tensão);
- 10,28% para grandes consumidores (alta tensão/indústrias de médio e grande porte).
Os estudos do Dieese apontam que é a 23ª revisão tarifária de energia no Pará desde a privatização, quando a empresa já tinha tarifas plenamente recompostas.
Trajetória de reajustes na tarifa de energia elétrica das residências no Pará, desde a privatização da Celpa/Equatorial em 1998
Período | Reajuste anual |
2021 | 8,02% |
2020 | 2,97% |
2019 | 1,74% |
2018 | 11,78% |
2017 | 5,86% |
2016 | 7,61% |
2015 | 6,30% |
2015 | 3,60% (reajuste extraordinário) |
2014 | 34,34% |
2013 | 11,52% |
2012 | 7,49% |
2010 | 11,89% |
2009 | 3,52% |
2008 | 19,23% |
2007 | 13,06% |
2006 | 1,74% |
2005 | 4,83% |
2004 | 4,34% |
2003 | 26,38% |
2002 | 14,23% |
2001 | 27,48% |
2000 | 16,11% |
1999 | 10,60% |
Total acumulado | 720,95% |