Os pacientes são de Trairão, Belém e Santarém, onde um homem morreu enquanto estava internado. Sespa reforça alerta para inspeção sanitária dos municípios.
Mais um caso suspeito da Síndrome de Haff, conhecida como “doença da urina preta”, é investigado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa). A última notificação ocorreu em Trairão, no sudoeste do Pará, informou a Sespa no início da tarde desta sexta-feira (10).
Segundo o Ministério da Saúde, a doença de Haff é causada por uma toxina que pode ser encontrada em determinados peixes como o tambaqui, o badejo e a arabaiana ou crustáceos (lagosta, lagostim, camarão). Quando o peixe não foi guardado e acondicionado de maneira adequada, ele cria uma toxina sem cheiro e sem sabor que contamina quem consome o pescado.
A Secretaria e a prefeitura de Trairão não divulgaram detalhes sobre o estado de saúde do paciente, nem há quanto tempo a pessoa teria ingerido pescado e apresentado os sintomas. Além da suspeita em Trairão, outro paciente foi internado com suspeita da doença em Belém. Em Santarém, onde houve o primeiro caso suspeito no estado, um homem morreu enquanto estava internado.
De acordo com a pesquisadora Rosália Furtado Souza, coordenadora do curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), há várias suposições que precisam ser pesquisadas para que se descubra o que está causando o problema.
“Pode ser contaminação do rio, por exemplo, por dejetos humanos, dejetos da indústria, que propicia a proliferação da algas que serve de alimentação para os peixes”.
Os casos registrados no estado têm se concentrado na região do baixo Amazonas, que encontra-se no período de estiagem, quando há redução do volume na renovação da água nos ambientes naturais permitindo a proliferação de algas, o que pode ter propiciado a aparição da toxina, segundo a pesquisadora.
O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) aguarda análise de materiais coletados dos pacientes e dos pescadores para saber se os casos são ou não de Síndrome de Haff. O prazo para o resultado não foi informado.
Por G1 Pará