Com US$ 9,5 milhões em offshore, Guedes defendeu excluir taxação de paraíso fiscal de proposta do Imposto de Renda

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Em debate organizado pela CNI e Febraban, Guedes afirmou que algumas das medidas de tributação do IR apresentadas na versão original da proposta haviam deixado “muita gente nervosa”

O ministro da Economia, Paulo Guedes, que é dono de uma empresa offshore com US$ 9,55 milhões nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal, defendeu em julho deste ano retirar do projeto de lei do Imposto de Renda a regra que tributaria recursos de brasileiros em paraísos fiscais. 

Durante evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban),  Guedes disse que o objetivo era a redução e a simplificação de impostos. “Ah, ‘porque tem que pegar as offshores’ e não sei quê. Começou a complicar? Ou tira ou simplifica. Tira. Estamos seguindo essa regra”, disse o ministro.

Segundo Paulo Guedes, algumas das medidas de tributação do Imposto de Renda apresentadas na versão original da proposta haviam deixado “muita gente nervosa”, inclusive o mercado financeiro e investidores de fundos imobiliários — que passariam a pagar imposto sobre rendimentos (hoje, isentos). “Não vamos botar em risco a retomada do crescimento econômico sustentável, que é o que está acontecendo”, afirmou Guedes. 

De acordo com a investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), a partir de documentos chamados Pandora Papers, em 2015, a offshore de Paulo Guedes tinha US$ 9,5 milhões (aproximadamente R$ 51 milhões, em valores atuais). 

O Código de Conduta da Alta Administração Federal proíbe, em seu artigo 5º, “investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental a respeito da qual a autoridade pública tenha informações privilegiadas”.

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