Dallagnol renuncia ao MP para ser candidato a deputado federal

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O “procurador” tentou incriminar Lula no processo do “triplex do Guarujá”

 

Deltan Dallagnol, ex-coordenador da operação Lava Jato em Curitiba (PR), vai renunciar ao cargo de procurador do Ministério Público (MP) para se lançar na política. O perseguidor do ex-presidente Lula (PT), supostamente, busca adquirir foro privilegiado para não responder pelos crimes e abusos da operação Lava Jato.

Ele deve seguir os passos do ex-juiz Sérgio Moro e se filiar ao Podemos. Sua intenção seria disputar a eleição de 2022 para deputado federal.
O agora futuro ex-procurador é personagem central da série jornalística Vaza Jato, que desnudou articulações ilegais entre o MP e Moro para levar o ex-presidente Lula (PT) à cadeia e tirá-lo da disputa presidencial em 2018. Por conta dessas revelações, Dallagnol foi afastado da Lava Jato em setembro de 2020.

Em postagem nas redes sociais feita nesta quinta-feira (4), Dallagnol confirmou sua saída do MP e declarou: “Nossos instrumentos de trabalho para alcançar a Justiça têm sido enfraquecidos. Por isso creio que agora posso fazer mais pelo país fora do MP, lutando com mais liberdade pelas causas que acredito”.

Power Point

Dallagnol é o autor da fatídica apresentação de Power Point feita em 2016 que tinha como objetivo incriminar Lula no processo do “triplex do Guarujá”, que foi anulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A apresentação, inclusive, levou a defesa de Lula a entrar com uma representação contra o procurador no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Em agosto do ano passado, o CNMP reconheceu a prescrição da representação e a arquivou. A maioria dos conselheiros, no entanto, reconheceu que o uso do PowerPoint teve objetivos políticos e midiáticos.

“É lamentável que tenhamos que reconhecer uma prescrição. Mas, se isso é uma questão de Justiça, temos que reconhecer. Mesmo em relação à pena máxima, essa prescrição ocorreria em setembro”, declarou o corregedor nacional Rinaldo Reis.

No entanto, a votação terminou formando maioria em favor do pedido da defesa de que “os membros do Ministério Público devem se abster de utilizar instalações, equipamentos e recursos do Ministério Público para fins de divulgação de atividades políticas ou político-partidárias”.

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