A Ucrânia pediu aos seus aliados que ajam rapidamente para impedir a Rússia de uma invasão, argumentando que uma ofensiva por parte de Moscovo pode estar iminente, tendo em conta os movimentos das tropas russas.
O chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kouleba, avisou os aliados ocidentais que este é o “melhor momento para agir”, de forma a “conter as intenções da Rússia”.
Durante uma conferência de imprensa, Kouleba recordou que a Rússia concentrou cerca de 115 mil soldados nas fronteiras com a Ucrânia, bem como na Crimeia, a península anexada por Moscou em 2014, e nos territórios sob controle separatista no país.
“Aquilo que estamos assistindo é muito sério. A Rússia colocou uma grande força militar perto da fronteira com a Ucrânia, incluindo tanques, sistemas de artilharia, sistemas de guerra eletrônica, forças aéreas e navais”, explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano.
Kouleba avisou mesmo que uma ofensiva militar russa pode ser lançada “literalmente num piscar de olhos” e que, no caso de um ataque, a Ucrânia irá “retaliar”.
“Estamos determinados a defender a nossa terra. O nosso país tornou-se muito mais resistente e o nosso exército está incomparavelmente mais forte do que era em 2014”, garantiu o chefe da diplomacia ucraniana.
Nas últimas semanas, os Estados Unidos, a OTAN e a União Europeia expressaram preocupação com os movimentos de tropas russas junto às fronteiras da Ucrânia, temendo uma possível invasão.
A Rússia negou repetidamente qualquer plano nesse sentido e acusou a Ucrânia e os seus aliados ocidentais de estarem a alimentar “provocações”.
O leste da Ucrânia tem sido assolado desde 2014 por um conflito entre Kiev e separatistas pró-russos, que eclodiu logo após a anexação da Crimeia por Moscou, tendo já provocado mais de 13.000 mortes.