O poder surge como condição histórica e não como dimensão meramente teórica
Sales Pará
Karl Marx (1818- 1883) se tornou famoso como filósofo, sociólogo, historiador, economista, jornalista e revolucionário socialista alemão. Esse pensador se tornou revolucionário ao desnudar as relações econômicas simples na produção de riquezas, mas cujos desdobramentos são relações sociais complexas – exploração da força de trabalho e precarização das condições sociais da classe trabalhadora.
Cada força de trabalho individual é igual a qualquer outra, na medida em que possui o carácter de uma força social média e funciona como tal, isto é, emprega na produção de uma mercadoria apenas o tempo de trabalho necessário em média, ou o tempo de trabalho socialmente necessário. (Marx, 2005 p.03).
Para Marx, a força de trabalho de um grupo social se articula para suprir as necessidades daquela sociedade. Embora simples, esta é uma análise importante, pois o autor revela que tanto o trabalho quanto as riquezas produzidas podem ser apropriadas por outros grupos ou países.
A “apropriação indevida” (Marx chama de roubo) dos bens culturais de um povo constitui uma prática muito comum na cultura “civilizada” ocidental. A subtração desse tipo de patrimônio é feita sempre em nome do progresso.
A Inglaterra é uma representante mor desta prática, por séculos este país promove o sequestro de bens culturais de diversos povos. Em 1897, os britânicos lançaram uma expedição “punitiva” contra o Benin, em resposta a um ataque a uma expedição diplomática. Além das esculturas, inúmeros outros objetos reais foram retirados de lá à força e espalhados pelo mundo. O Museu Britânico de Londres diz que vários dos objetos de Benin foram entregues à instituição em 1898 pelo Ministério de Relações Exteriores e pela Marinha.
Em outubro, os principais museus europeus concordaram em enviar de volta para a Nigéria alguns dos mais valiosos objetos. Eles ficarão no Museu Real, previsto para ser inaugurado em 2021 no país africano.
Bronzes de Benin
Os Bronzes de Benin são esculturas delicadas e placas que adornavam o palácio real de Ovonramwen Nogbaisi, o Oba do Reino de Benin (equivalente a um rei). O território, que hoje é a Nigéria, foi incorporado ao Reino Unido durante o período colonial. As peças eram feitas de zinco, marfim, cerâmica e madeira. Várias delas foram feitas em homenagem aos ancestrais de reis e rainhas do passado.
O pensamento econômico de Marx se aprofunda com o passar dos anos, e durante esse processo, o capitalismo se desenvolveu e se assistiu aos Estados Unidos procurando dominar os instrumentos e estratégias do mercado global. O caráter marcante do século XXI é a tentativa do governo americano de dolarizar a maior parte das economias do mundo possíveis – o objetivo é fazer “caixa” para custear o aparato bélico e militar produzido pelo país no pós-guerra para “policiar o mundo”. Por isso, outras economias fortes não são “aceitáveis”. Deve-se portanto, fragilizar China, União Europeia e até mesmo economias emergentes como o Brasil.
Os Estados Unidos criam expediente para roubar valores de qualquer país – na lógica em que o mundo deve dar a sua contribuição para a “América livre”, afinal, com a “democracia” do capital, quem precisa de ditadores? Os Estados Unidos necessitam apenas de bajuladores e jargões anticorrupção, antiterrorismo, anticomunista, enfim, entreguistas inflados. Assim, vale destacar que a Petrobras fechou um acordo bilionário com a Justiça americana para encerrar as investigações sobre suposta corrupção na empresa.
A Petrobras decidiu pagar para não ter que enfrentar a Justiça americana – certamente perderia a causa, pois o que importa ao final é o dinheiro e a hegemonia do império. O acordo para encerrar as investigações custou US$ 853 milhões o que, incluindo impostos, equivale a R$ 3,6 bilhões para a empresa.
A investigação tinha sido aberta depois que a Operação Lava Jato “revelou” corrupção na Petrobras. Como a empresa tem ações negociadas na Bolsa de Nova York, o Departamento de Justiça americano e a SEC – órgão que regula o mercado de capitais nos Estados Unidos – queriam saber se a Petrobras desrespeitou as regras financeiras de lá.
Todas essas relações econômicas e sociais estão presentes no pensamento econômico marxista, logo são impossíveis de serem ignoradas, brotam a todo momento. Os brasileiros precisam estar atentos às advertências de Karl Marx, devem perceber que o poder surge como condição histórica e não como dimensão teórica por mais relevante que seja.
Sim, Marx pode salvar o Brasil!