Já se decidiu que na próxima eleição, em outubro, vai jorrar quase o triplo da já bilionária quantia
Lembra-se da última eleição, em que jorrava dinheiro para todos os lados (menos para o nosso, a quem cabia apenas votar)? Pois bem: já se decidiu que na próxima eleição, em outubro, vai jorrar quase o triplo da já bilionária quantia. E, “para não desobedecer à Lei”, já se pensa em abolir o “quase”: a grana que vai jorrar será exatamente o triplo da que jorrou da última vez. E haverá um chorinho: anúncios de graça à vontade fora do horário gratuito.
Detalhe: como de hábito, quando se trata de nosso dinheiro, há um acordo entre os partidos. Todos os políticos que acusam os outros de ser ladrões, em conjunto, decidem provar que têm razão. Centrão, direita, esquerda, a favor ou contra a vacina, enfiam as mãos, todos juntos, em R$ 5,7 bilhões.
E para que? A verba original, de R$ 1,9 bilhões, já era suficiente para dar boa vida a todos os aliados que se fingem de adversários, exceto na hora de botar a mão no pudim. Mais do que suficiente: com essa verba toda, valeu a pena criar mais de 30 partidos, folgadamente mantidos com nosso dinheiro. Se o pudim já era muito, por que chamar a atenção e multiplicá-lo?
Política tem dessas coisas. Certa vez, uma empresa gráfica ofereceu a um candidato toda a papelaria da campanha, a preço de custo: só cobraria papel e mão de obra, com lucro zero. Seria sua contribuição para o candidato. Na primeira entrega, vieram dois milhões de folhetos. Problema: o tesoureiro não era ladrão. Era sério e acreditava no candidato. Estragou tudo!
Contando e pesando
Primeiro, segurou os caminhões no comitê para conferir a entrega. Como? Abriu dois pacotes, cada um com presumíveis mil folhetos, para contar o conteúdo. Cada um tinha 700 folhetos. Pesou-os. Em seguida, pesou cada um dos pacotes restantes. O peso era o mesmo. Em resumo, os dois milhões de folhetos “a preço de custo” eram 1,4 milhão, a preço de dois milhões. O “lucro zero” era de mais de 30%, excelente margem.
Mas como é que fariam a mutreta funcionar, sabendo-se que o comitê era formado por gente do ramo, habituada a negócios? Simples: parte dos ótimos lucros da gráfica era usada para cimentar o bom relacionamento da empresa com os políticos. Quanto mais dinheiro houver, mais folhetos e maiores demonstrações de amizade.
A letra da lei
A desculpa para aumentar a fortuna já prevista para as eleições é que o Orçamento de 2022 previa R$ 4,9 bilhões de dinheiro para a campanha, mas a LDO, Lei de Diretrizes Orçamentárias, citava R$ 5,7 bilhões. Gastar menos do que o previsto pela LDO seria descumprir a lei, entende? Não pode, isso é muito feio. Entretanto, a lei determina também a revisão anual do desconto de Imposto de Renda na fonte, e isso não é cumprido faz tempo. Se essa lei fosse aplicada direitinho, em 2022 mais de 15 milhões de pessoas não teriam mais de pagar Imposto de Renda. Como isso beneficia a população e não dá lucro à turma que exige que outras leis sejam cumpridas, essa é esquecida.
Repondo a verdade
Nos próximos dias, o presidente Bolsonaro vai provar que é falsa a ideia de que não gosta de mineiros e baianos, tanto que não foi uma vez sequer às regiões inundadas e se recusou a interromper suas férias nas deliciosas praias de São Francisco do Sul para cuidar das aflições dos cidadãos que deveria governar.
Pois Bolsonaro vai desmentir tudo isso: já tem viagens marcadas à Guiana e a Suriname, e a rota do avião presidencial passa por Minas Gerais e Bahia – a uns 10 mil metros de altura, a uns 900 km/h de velocidade, mas usará o espaço aéreo dos dois Estados. E que vai fazer nos dois países que fazem fronteira com a Amazônia? Dizem que ambos descobriram amplas reservas de gás natural, que poderiam fornecer ao Brasil. Mas diziam também que Israel tinha desenvolvido um remédio nasal para Covid 19, isso há aproximadamente um ano, o Brasil mandou uma delegação para lá e só então souberam que os testes só estavam sendo iniciados. Até hoje o remédio que o presidente mandou buscar infelizmente não ficou pronto.
Boa notícia
Mais um remédio efetivo contra a Covid está chegando ao mercado. Um brasileiro que vive em Israel o tomou e melhorou rapidamente. É feito nos EUA pela Pfizer. Um dia, quem sabe, será utilizado aqui no Brasil.
Volta por cima
Hoje, Fausto Silva estará de volta à TV, pela Bandeirantes, de segunda a sexta-feira, a partir das 20h30. Faustão na Band será um programa diferente todos os dias. Com Faustão haverá dois apresentadores, seu filho João Guilherme Silva e Anne Lotterman, que deixou a Globo para auxiliá-lo; trinta bailarinas no palco; e 400 pessoas no Auditório João Jorge Saad, moderníssimo, preparado especialmente para o programa.
VOZ DO PARÁ: Essencial todo dia!