Rússia vai reduzir reservas em dólar por ser “moeda de risco”

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A desdolarização tornou-se uma tendência internacional diante das sanções unilaterais dos Estados Unidos e seus aliados ocidentais a vários países

 

A Rússia informa que reduzirá suas reservas cambiais em dólares americanos devido à falta de confiança nessa moeda, causada pelo próprio Washington.

“Estamos tentando reduzir a dependência do dólar, e nisso somos ajudados ativamente pelos americanos, que fazem quase todo o possível para minar a confiança nessa moeda ”, assegurou na quarta-feira o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

Durante uma aparição na Duma, a câmara baixa do Parlamento, o chanceler russo lamentou que os Estados Unidos tenham transformado o dólar em uma “moeda de risco” para transações internacionais não apenas com Moscou, mas também com outros países.

Lavrov denunciou que as autoridades norte-americanas “exigem o fim da cooperação” com a Rússia no campo técnico-militar de parceiros do país euroasiático, como Índia, Egito, Turquia, “países que não são pequenos”, observa.

Segundo o chefe da diplomacia russa, Moscou incentiva a passagem para operações em moedas nacionais, o que “começou a despertar no Ocidente debates carregados de preocupação entre economistas e cientistas políticos”.

Na mesma linha, sublinhou que o gigante euroasiático está a reduzir “consideravelmente” as suas reservas em dólares americanos, num processo que “não passa despercebido”.

As declarações de Lavrov ocorreram em um momento em que as tensões aumentaram a ponto de o presidente dos EUA, Joe Biden, ameaçar seu colega russo, Vladimir Putin, com sanções “pessoais” no caso de um ataque à Ucrânia.  

Senadores democratas dos EUA apresentaram em 13 de janeiro um novo projeto de lei de sanções contra a Rússia, no caso de um ataque à Ucrânia, que envolve medidas “paralisantes” para o setor bancário e o governo, incluindo o presidente Putin e altos funcionários – oficiais militares de patente.

Na realidade, os Estados Unidos e seus aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) acusam a Rússia de pretender invadir a Ucrânia, repudiando a mobilização de dezenas de milhares de tropas russas perto da fronteira ucraniana. Por sua vez, Moscou garante que esse aumento maciço de tropas é apenas um exercício para testar sua prontidão militar diante de ameaças.

Deve-se notar que a desdolarização tornou-se uma tendência internacional diante das sanções unilaterais dos Estados Unidos e seus aliados ocidentais. Muitos países como Rússia, China, Irã, Venezuela e Turquia já manifestaram o desejo de abandonar o dólar ou reduzir seu uso em transações comerciais.

A ideia de desdolarizar o comércio bilateral entre Moscou e Pequim tem recebido grande atenção desde 2014, depois que os Estados Unidos sancionaram a Rússia pela reunificação da Crimeia ao seu território. Com o passar dos anos, a medida ganhou mais força, devido à prática de Washington de impor embargos para obrigar países soberanos a sucumbirem às suas demandas ilegais.

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