A ditadura da burrice

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Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
‘Neste momento, vocês estão nas mãos de um ditador’, disse recentemente o sociólogo italiano Domenico de Mas

Se não há caminho de consenso em definir terceira via para as eleições presidenciais de outubro ele existe quando a maioria se certifica que não haverá país civilizado ou possível diante de um novo mandato do tal (des)presidente. “Neste momento, vocês estão nas mãos de um ditador”, disse recentemente o sociólogo italiano Domenico de Masi, autor de O Ócio Criativo, argumentando ainda que Mussolini, Hitler e Erdogan também foram eleitos.

Com todo o respeito que Domenico merece não precisaria ele nos dizer isso diante do que vemos todos os dias nesses quase quatro anos de pesadelos contínuos que levou ao poder o que há de pior no gênero humano com uma súcia de boçais armamentistas e milicos rasos que assolam e desolam a nação. Estamos em plena vigência da “ditadura da burrice”.

O que essa ditadura normatizou com louvor foi a burrice em todos os seus quadrantes. A ignorância como espetáculo, a ignorância ostentação com sua matilha de Damares , Weintraubs e congêneres de extrema direita e extrema parvoice. Sim, essa ditadura reduziu a inteligência coletiva do Brasil e será preciso muito trabalho para reverter tantas perdas e danos. É coisa para muito mais de um mandato.

Também como aponta Domenico de Masi o (des)presidente “conseguiu impor um comportamento idiota em um país muito inteligente. Porque é isso que fazem as ditaduras”. O rebaixamento do nosso nível cognitivo está por aí todos os dias com gente armada até os dentes , pronta para a violência e a insensatez. Isso sem falar nos espíritos armados que tratam como inimigos todos que não professam o mesmo credo político que em sua tosquice traz signos que eu acreditava sepultados como a associação da cor vermelha ao comunismo e “maconheirismo” para ficar em apenas duas tolices seniores.

Sob o comando dessa gente bizarra voltamos sim a retomar discussões passadas, algumas situadas em séculos também passados. Trazem velhos preconceitos como se fossem grandes novidades. E assim nada mais parece espantar cidadãos e cidadãs que inclusive frequentaram bancos escolares : terraplanismo, Et Bilu, Amazônia que não queima pois é úmida, resistência à vacinação e a medidas básicas de segurança sanitária, descaso absoluto com o meio ambiente, devastação irrestrita de nossas matas tudo isso vira “normal” diante de uma pauta de trevas e iniquidade.

Convenhamos que a essa altura do século 21 defender, outra vez, a necessária separação entre Igreja e Estado, mais de 230 anos depois da Revolução Francesa é um atraso inclusive cármico. E aí passamos a discutir o óbvio como num museu de grandes novidades e desperdiçando sim muita energia ,inclusive criativa, que deveria nos impulsionar adiante como nação.

Sim , passou da hora de nos livrarmos o quanto antes dessa gente antes que a burrice se torne obrigatória e seja necessário apresentar atestado de ignorância para buscar oportunidades. E, desculpem, quem a essa altura não entender que é preciso virar o jogo para não cair nas trevas totais de um segundo mandato fascista é porque já está refém da ditatura da burrice. (por Ricardo Soares)

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