Ações da Americanas estão em leilão sinalizando queda de 75% após inconsistência contábil bilionária

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Ex-CEO destacou em conferência com mercado necessidade de aumento de capital

Infomoney –  As ações da Americanas (AMER3) estão em leilão com previsão de abertura apenas às 11h (horário de Brasília). Os ativos estão com preço no leilão a R$ 3, o que representa uma queda de 75% em relação ao fechamento da véspera.

O movimento extremo para os ativos ocorre após a divulgação na véspera de inconsistências contábeis no valor de R$ 20 bilhões, que culminou com a saída do seu presidente, Sergio Rial, e o diretor de relações com investidores, André Covre, de seus cargos depois de apenas 10 dias da posse.

Rial atuará ainda como assessor, apoiando os acionistas de referência da companhia no processo de apuração do ocorrido. O ex-CEO trouxe indicações sobre os próximos passos da companhia em conferência com investidores, em um contexto de diversas revisões de recomendações com os analistas de mercado destacando as grandes incertezas após o anúncio.

Na conferência com o mercado, Rial destacou que a empresa vai precisar se capitalizar para enfrentar problema contábil.

A operação provavelmente será um follow-on, mas o executivo diz que não é possível estimar a necessidade de capital. “Ninguém definiu o valor, até porque o número não foi auditado. Mas sabemos que não será uma capitalização de [apenas] milhões”, diz Rial. O executivo destacou o compromisso dos acionistas de referência (3G) com o negócio. “Mas não pode ser a solução por si só. ‘Me dá um cheque e tá resolvido’, não é assim”, destaca.

Rial explicou que, ao assumir o cargo, percebeu que havia problemas no reporte de itens na conta “Fornecedor” no balanço da companhia. Segundo ele, muitos pagamentos a fornecedores que eram financiados por bancos não eram considerados como dívida. “É um tema que permanece desde a década de 1990, um problema de estruturação de risco sacado que não era reportado como dívida”, disse.

Durante explicação ao mercado, o ex-CEO diz que os R$ 20 bilhões apontados pela empresa como “inconsistência contábil” não estão fora do balanço da companhia, mas não garante que a cifra é definitiva. “Os R$ 20 bilhões são a nossa melhor estimativa dentro do que tivemos de informação nesses nove dias”, disse o executivo.

O ex-CEO reconheceu que a notícia jogou a empresa no ‘corner’, mas aponta que o desempenho operacional no decorrer do ano será importante para superar a situação. “Quanto mais vendermos, menor será o problema”, disse Rial.

Questionado sobre a quantidade de ‘convenants’ – obrigações que a companhia assume ao emitir uma dívida por juros menores – na estrutura de dívida da Americanas (AMER3), o ex-CEO Sergio Rial diz que o número é baixo e mais concentrado na operação da rede de mercados Hortifruti.

O mercado também monitora o impacto para ações de outras varejistas. Anderson Meneses, CEO & Fundador da Alkin Research, destacou na véspera que a notícia poderia favorecer alguns pares do setor “porque quem busca exposição ao varejo, agora, dificilmente o fará pela Americanas”. Cabe ressaltar que, no after market da Bolsa de Nova York nesta quarta, as ações do Mercado Livre (MELI34), vista como queridinha entre as empresas de e-commerce, registravam ganhos de 7,17%, a US$ 1.004. Nesta quinta, os BDRs MELI34 subiam 5,34%, a R$ 42,15.

Os demais ativos, de Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) seguiam em leilão por volta das 10h15.

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