As vítimas foram atingidas com tiros, spray de pimenta e bombas de efeito moral
O Brasil é u dois países que mais possui terras agricultáveis no mundo, entretanto, as contradições entre trabalho e capital produzem constantemente conflitos agrários em torno do uso e posse da terra.
Agricultores que residem na Vila Bucaia, no município do Acará, na região de Tomé-Açú, sofrem constantes ataques com o avanço do capital sobre a Amazônia. Na madrugada da última sexta-feira (1º), os trabalhadores viveram momentos de terror ao serem agredidos por um grupo de aproximadamente 50 homens fortemente armados, que seriam funcionários da Biopalma.
Os criminosos invadiram uma área de terra onde residem cerca de 60 famílias de agricultores. No local, os trabalhadores possuíam projetos agrícolas em parceria com a empresa Biopalma, que foi vendida há pouco tempo e passou a ser comandada pela Brasil Bio Fuel (BBF).
Os suspeitos, que entraram na localidade encapuzados, carregando armas e coletes como se fossem policiais, quebraram casas e motocicletas que pertenciam aos agricultores. Além disso, atiraram em direção dos trabalhadores que estavam no local. Diversos homens foram vítimas de tortura e agressões. Além disso, os criminosos usaram spray de pimenta e bombas de efeito moral contra as mulheres e crianças que vivem na área.
Em um Boletim de Ocorrência (BO) feito pelos trabalhadores, as vítimas relatam que os funcionários da BFF, antiga Biopalma, invadiram o local usando caminhões tipo contêiner, além de um ônibus. Quando questionados se haviam algum mandado para entrar na área, os mesmos desceram dos veículos fortemente armados, atirando contra os agricultores. Eles ainda teriam dito em voz alta que foram instruídos a “matar” quem estivesse na localidade.
A empresa atua em quatro polos de produção de palma no Pará, que ficam na região do vale do Acará e no Baixo Tocantins, atuando em cerca de 56 mil hectares de palma de óleo plantadas e 6,8 mil hectares em projetos de agricultura familiar. O empreendimento tem expectativa de produzir 200 mil toneladas de óleo vegetal até 2022.
Segundo informações, a empresa BFF desde que comprou a Biopalma vem tentando obter direitos sobre a terra onde os trabalhadores residem e já teve pelos menos três pedidos judiciais negados. Agora, a empresa vem tentando intimidar e expulsar os moradores a força.
As informações são do DOL.