Alemanha enfrenta aumento acentuado em falências corporativas
A economia alemã, a maior da União Europeia, está enfrentando uma onda de falências corporativas. Dados divulgados pelo Escritório Federal de Estatísticas (Destatis) nesta quinta-feira (21) apontam um aumento significativo nos casos de insolvência em meio à fraca recuperação econômica e custos crescentes.
Cenário atual: alta nas falências corporativas
Segundo os dados preliminares de outubro de 2024, o número de falências empresariais na Alemanha cresceu 22,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Essa tendência de aumento, com taxas de dois dígitos, vem sendo registrada desde junho de 2023, com exceção de junho de 2024, que registrou uma alta mais modesta de 6,3%.
Os setores mais afetados incluem transporte e armazenagem, seguidos pelo setor de hospitalidade. Analistas preveem que o total de falências corporativas em 2024 poderá atingir 20 mil, um aumento significativo em relação às 17.814 registradas em 2023.
Causas do aumento nas falências
Especialistas apontam que o aumento das insolvências é resultado de uma combinação de fatores econômicos adversos. Steffen Müller, do Instituto Leibniz para Pesquisa Econômica Halle (IWH), descreveu o cenário como “uma tempestade perfeita de fraqueza econômica de longo prazo e custos drasticamente aumentados”.
Entre os principais fatores estão:
- Custos elevados de energia: A redução drástica no fornecimento de gás via gasodutos russos em 2022 aumentou significativamente os custos para empresas.
- Concorrência internacional: A competição crescente de mercados estrangeiros continua pressionando a produção alemã.
- Demanda enfraquecida: Tanto o consumo interno quanto a demanda externa por bens manufaturados têm se mantido fracos.
Economia alemã: entre estagnação e recessão
Apesar da expectativa de uma contração de 0,1% para 2024, a economia alemã conseguiu evitar uma recessão técnica no terceiro trimestre deste ano, registrando um crescimento marginal de 0,2% em relação ao trimestre anterior.
A ligeira expansão foi considerada um “raio de esperança” pelo ministro da Economia, Robert Habeck, mas o quadro geral permanece desafiador. O país enfrenta uma previsão de crescimento estagnado, com o economista Alexander Krueger, do banco privado Hauck Aufhaeuser Lampe, descrevendo o cenário como “entre estagnação e o ritmo de um caracol”.
A Alemanha está diante de um momento crítico, com o aumento nas falências corporativas destacando as dificuldades de recuperação econômica em um ambiente de custos elevados e alta incerteza. Embora o recente crescimento marginal ofereça um sinal de esperança, o futuro econômico permanece incerto. A necessidade de políticas econômicas eficazes e estratégias para fortalecer a competitividade das empresas alemãs é mais urgente do que nunca.