AO VIVO: Mayra Pinheiro, a ‘Capitã Cloroquina’, começa a depor na CPI da Covid

Leia mais

Evandro Oliveira
Evandro Oliveira
PÓS GRADUADO EM GESTÃO E DIREÇÃO ESCOLAR; ESPECIALISTA EM "POLÍTICAS DA IGUALDADE RACIAL NA ESCOLA", SABERES AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS NA AMAZÕNIA - PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA); GRADUADO CIÊNCIAS SOCIAIS COM ÊNFASE EM SOCIOLOGIA - UFPA; ATUA COMO PROFESSOR DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NA REDE PÚBLICA E COMO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES.
Medica bolsonarista tem direito a ficar em silêncio sobre colapso em Manaus; cúpula da CPI critica ida de ex-ministro a ato no Rio

Senadores começaram a ouvir nesta terça-feira (25), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, a secretária do Ministério da Saúde doutora Mayra Pinheiro, conhecida como “capitão cloroquina”. Defensora do uso de medicamentos sem a eficácia comprovada para tratar a Covid-19, Mayra foi citada pela maioria das pessoas que ocuparam a cadeira de testemunha do colegiado como alguém próxima ao presidente Jair Bolsonaro – e que pode tê-lo aconselhado em temas relacionados à questão da pandemia.

Mayra deve ser questionada pelos senadores sobre sua defesa de medicamentos como a Cloroquina para o tratamento da Covid, e sobre sua possível participação em um “ministério paralelo” ao Ministério da Saúde, que aconselhava o presidente sobre questões relacionadas à pandemia. Ela é conhecida por defender o chamado “tratamento precoce” contra o coronavírus, um conjunto de medidas sem comprovação científica que inclui o uso de cloroquina e a ivermectina.

A médica comparece à CPI na posição de convidada – apesar de senadores da oposição terem discutido que ela fosse convocada como testemunha. A doutora, contudo, pleiteou no Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus para garantir o direito de permanecer em silêncio em perguntas que pudessem a autoincriminar, como o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, no entanto, o pedido foi negado pelo ministro Ricardo Lewandowski.

Mayra começou a ganhar projeção ainda no governo Dilma Rousseff por criticar, como presidente do sindicato dos médicos do Ceará, o programa Mais Médicos. Após a eleição de Bolsonaro, ela foi nomeada para o cargo no Ministério da Saúde por indicação do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. 

Outro tema que deve ser abordado pelos integrantes do colegiado, é a participação da doutora na produção do aplicativo TrateCov. O aplicativo recomendava o uso de antibióticos, cloroquina, ivermectina e outros fármacos para náusea e diarreia ou para sintomas de uma ressaca, como fadiga e dor de cabeça, inclusive para bebês.

Reconvocação de Pazuello

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, disse nesta segunda-feira, que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello deve ser convocado novamente para depor na comissão porque “tripudiou sobre os brasileiros” ao participar de ato com o presidente Jair Bolsonaro, no Rio, sem usar máscara e causando aglomeração. A convocação do general será submetida nesta quarta-feira, 26, a votação dos integrantes da CPI.

“É importante encaminhar a reconvocação para que não pairem dúvidas de que nós nos consideramos ofendidos”, afirmou Renan. “O ex-ministro não pode tripudiar sobre a verdade e descaradamente mentir, divagar, não responder, como fez. A própria presença dele na CPI, novamente, é uma sanção, uma demonstração de que a comissão não concorda com esse escárnio”, completou o senador.

 Mayra PinheiroA secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro (Foto: Júlio Nascimento/PR)

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que mudará o procedimento diante de depoentes que mentirem à comissão. Aziz destacou que Pazuello tinha habeas corpus concedido pelo Supremo para não se incriminar, mas não para mentir. “A partir de agora, as pessoas que tomarem a decisão de mentir poderão ser presas pela CPI. Não vou ser desmoralizado”, afirmou Aziz em entrevista à Rádio Eldorado, no domingo. Além de Pazuello, a cúpula da CPI quer reconvocar o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Aziz também criticou a participação de Pazuello em ato ao lado de Bolsonaro, uma conduta proibida pelo Exército. “Espero que o Exército possa tomar as providências necessárias.”

VOZ DO PARÁ: Essencial todo dia!

- Publicidade -spot_img

More articles

- Publicidade -spot_img

Últimas notíciais