As declarações ocorrem em meio a crescentes tensões geopolíticas e antecedem o maior exercício militar da Otan desde a Guerra Fria
Em uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (19), o almirante holandês Rob Bauer, presidente do comitê militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), lançou um alerta sobre os preparativos da aliança militar para um possível conflito com a Rússia, relata o UOL. As declarações ocorrem em meio a crescentes tensões geopolíticas e antecedem o maior exercício militar da Otan desde a Guerra Fria.
Bauer destacou a importância de se preparar para enfrentar não apenas a Rússia, mas também o que classificou como grupos terroristas. “Não estou dizendo que dará tudo errado amanhã, mas temos que perceber que não é certo que estaremos em paz. É por isso que estamos nos preparando para um conflito com a Rússia e com os grupos terroristas”.
Por outro lado, o presidente do comitê militar da Otan enfatizou que a aliança não está buscando provocar um conflito, mas reiterou que não hesitará em responder em caso de ataque. “Se chegar a esse ponto, se eles nos atacarem. Não estamos buscando conflito”, declarou Bauer.
As declarações do almirante holandês vêm em consonância com a recente decisão da Suécia de instruir sua população a se preparar para uma possível guerra. “A compreensão de que não é possível se planejar para tudo e que nem tudo vai ser moleza nos próximos 20 anos”, afirmou Bauer, elogiando a postura sueca.
Essas afirmações surgem em um momento crucial, antecedendo o anúncio do maior exercício militar da Otan desde 1988, antes do colapso da União Soviética. O treinamento, que contará com a participação de 90 mil soldados de 31 países membros da Otan, incluindo a Suécia que busca aderir ao grupo, terá uma duração de vários meses, estendendo-se até maio.
O general norte-americano Christopher Cavoli, chefe do comando da Otan na Europa, destacou a importância do exercício como uma “demonstração clara de nossa unidade, de nossa força e de nossa determinação em protegermos uns aos outros”. As manobras, que envolvem uma considerável presença militar, estão projetadas para enviar uma mensagem de coesão e prontidão por parte da Otan em face das crescentes instabilidades geopolíticas.