Ás portas da cadeia, Bolsonaro comete novo crime contra a segurança nacional

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Ex-presidente alega, sem provas, que país assinou tratado para fabricação de armas atômicas com a China e defende intervenção dos EUA na política brasileira

Em mais uma declaração polêmica, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, sem apresentar qualquer evidência, que o Brasil teria assinado um acordo com a China para a construção de bombas atômicas. A alegação foi feita nesta sexta-feira (7) durante conversa com jornalistas no Aeroporto de Brasília. Bolsonaro ainda revelou que teria repassado a suposta informação “em primeira mão” à equipe do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sugeriu que apenas uma intervenção estrangeira poderia impedir a parceria com Pequim.

A informação divulgada por Bolsonaro é falsa. Não há qualquer registro ou evidência de que o Brasil tenha firmado um acordo desse tipo com a China. A declaração do ex-presidente, no entanto, foi usada para justificar sua defesa de uma interferência dos Estados Unidos na política brasileira, o que pode configurar crime contra a soberania nacional.

A narrativa conspiratória de Bolsonaro

Bolsonaro citou os 37 acordos assinados entre Brasil e China durante o G20, realizado no final do ano passado, e afirmou que um deles envolveria a construção de bombas atômicas. “Entre eles, um acordo de energia nuclear, material que a China não tem e vai ter em abundância agora e se aplica para muita coisa aí. Não é pelas energias, agricultura e medicina, é em construção de bombas atômicas. Podem ficar tranquilos, já passei para a equipe do Trump isso aí, passei em primeira mão lá atrás”, declarou.

Em seguida, o ex-presidente defendeu explicitamente uma intervenção estrangeira para alterar os rumos do Brasil. “Eles [o governo dos EUA] têm uma preocupação com o Brasil, eles não querem que o Brasil se consolide com uma nova Venezuela, e nós sabemos que o problema do Brasil não vai ser resolvido internamente, tem que ser resolvido com apoio de fora”, afirmou.

Possível crime contra a soberania nacional

A declaração de Bolsonaro pode configurar crime contra a soberania nacional, conforme previsto no artigo 8º da Lei de Segurança Nacional. O texto estabelece que “atuar com o objetivo de submeter o país, no todo ou em parte, ao domínio ou influência de outro país” pode resultar em pena de reclusão de até oito anos. Ao pedir explicitamente a interferência de uma potência estrangeira nos assuntos internos do Brasil, Bolsonaro coloca-se em uma situação delicada do ponto de vista legal.

Repercussão e desestabilização política

A insistência de Bolsonaro em disseminar informações falsas e em pedir apoio externo contra um governo democraticamente eleito reforça seu papel como agente desestabilizador da política nacional. Suas declarações frequentemente alimentam teorias conspiratórias e criam um clima de instabilidade, além de minar a credibilidade das instituições brasileiras.

Um discurso perigoso e infundado

As alegações de Bolsonaro sobre um suposto acordo nuclear entre Brasil e China não têm qualquer fundamento e parecem fazer parte de uma estratégia para justificar sua defesa de uma intervenção estrangeira. Além de disseminar desinformação, o ex-presidente coloca em risco a soberania nacional ao sugerir que os problemas do país só podem ser resolvidos com apoio externo. Em um momento de polarização política, declarações como essas só contribuem para aumentar a desconfiança e a instabilidade no cenário brasileiro.

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