Aula de Brasil: Stedile expõe o despreparo dos deputados membros da CPI do MST

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A esquisita CPI se mostra uma total perda de tempo e dinheiro público

Na incrível saga de desfile de conhecimento na CPI do MST, João Pedro Stedile, o maestro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), decidiu brindar os deputados com uma leitura recomendada digna de estantes e mentes. Sentado confortavelmente, ele indicou o livro “Selva: Madeireiros, garimpeiros e corruptos na Amazônia sem lei” – esse, um verdadeiro best-seller sobre conflitos socioambientais na Amazônia, escrito pelo policial federal Alexandre Saraiva.

Mas não foi só a recomendação do livro que arrancou risadas (ou talvez suspiros) dos parlamentares presentes. Stedile, em um arroubo de generosidade, jogou algumas verdades na cara de Kim Kataguiri, um dos deputados cuja estupidez é flagrante. Com uma dose de sarcasmo, ele sugeriu que Kataguiri comprasse o livro, que parece trazer algumas revelações importantes sobre quem anda fazendo a festa do desmatamento na nossa amada Amazônia.

O enredo dessa CPI, que faz Shakespeare parecer amador, teve como estrela central o delegado Alexandre Saraiva. Esse moço corajoso botou as mãos na massa e liderou uma operação que rendeu uma quantidade colossal de madeira ilegal: 226 mil metros cúbicos, um volume que faria até o personagem Pinóquio ficar sem palavras. E pasmem: a madeira valia mais de 130 milhões de reais! Aqui, não estamos brincando com gravetos.

Saraiva, um sujeito que não parece muito adepto de meias medidas, resolveu incluir no pacote de diversões um inquérito contra Ricardo Salles, aquele mesmo que na época era ministro do Meio Ambiente. O desfecho? Bom, Salles não só saiu da liderança do ministério como também passou a ser uma das peças centrais nesse jogo de intrigas.

Stedile, com seu humor afiado, escolheu um assento bem próximo a Salles na CPI, como quem diz: “Vou dar um presente para você, meu amigo”. E assim ele indicou o tal livro, que narra os detalhes dessa operação. E o clima? Ah, estava tão quente quanto a Amazônia no meio do verão.

O desdobramento dessa história é digno de novela das nove: Saraiva, por trilhar os caminhos da verdade, acabou sendo afastado da Polícia Federal. Sua valentia ao apontar o dedo para a associação de Salles e outros membros do governo com o esquema ilegal de madeira acabou sendo recompensada com um bilhete dourado para fora do jogo.

A reviravolta do enredo trouxe à tona um inquérito que colocou Salles sob os holofotes. O resultado? Ele perdeu a cadeira de ministro, e ninguém ficou muito triste com isso. O próprio Saraiva, provavelmente munido de uma xícara de chá de justiça, declarou que está prontinho para revelar tudo com sua vasta documentação sobre a participação de Salles na tal “grilagem” de terras amazônicas.

E assim, meus caros leitores, a CPI continua com suas reviravoltas dignas de Hollywood e seus personagens que não têm medo de contar a verdade, mesmo que seja com um sorriso debochado no rosto. Quem precisa de roteiros de ficção quando temos a realidade brasileira?

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