O aquecimento das águas do oceano Atlântico aumenta a evaporação na região e envia altas quantidades de nuvens de vapor d’água para o Pará
Em 24 horas, choveu na Região Metropolitana de Belém mais da metade do total pluviométrico previsto para todo o mês em Belém e Região Metropolitana. O temporal que caiu desde a tarde de terça-feira (9) até a manhã de quarta (10), teve precipitação de 69 milímetros, o que representa 54% da média para novembro. E as chuvas devem continuar frequentes na Região Metropolitana de Belém em novembro. Mas chuvas de longa duração não terão muitas chances de se repetir neste período. De acordo com o Núcleo de Monitoramento Hidrometeorológico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), a maioria das chuvas previstas para o mês deverão ocorrer em forma de pancadas e passageiras.
O fenômeno climatológico que causa o aquecimento das águas do oceano Atlântico, aumentando a evaporação na região, continua enviando altas quantidades de nuvens de vapor d’água para o Pará, como tem ocorrido durante todo o ano. “Após este episódio de tempo encoberto com chuvas contínuas e de temperaturas bem amenas, a tendência é a de que as condições do tempo voltem ao mês típico de novembro, que é o mês em que menos chove na Região Metropolitana de Belém e na faixa norte do estado. Ainda assim, a previsão é a de que a chuva atinja a média climatológica do mês, em torno de 127 milímetros, até o dia 15 de novembro”, afirma Saulo Carvalho, coordenador de monitoramento hidrometeorológico da Semas.
“A chuva observada ontem a tarde e ao longo da madrugada de hoje em Belém e na Região Metropolitana foi causada por uma extensa área de convergência de umidade que favoreceu a ocorrência de muita nebulosidade, além de tempo encoberto, de chuvas com trovoadas que em seguida evoluíram para chuvas leves e contínuas ao longo da noite e da madrugada de hoje”, explica o coordenador.
Segundo Saulo Carvalho, o aumento no volume das chuvas em relação ao que ocorre em novembro já era esperado, devido ao aquecimento das águas do Atlântico. “A chuva deste tipo já era prevista, uma vez que já estamos numa condição oceânica que vem persistindo há praticamente 11 meses. É claro que com a característica da atmosfera, que é sempre dinâmica, podem ocorrer variações que são previstas e no que foi observado. Mas ainda assim a gente consegue ter um prognóstico bem aproximado das condições reinantes da atmosfera”.