O indesculpável ataque ocorreu no Dia dos Refugiados
Um ato descabido foi promovido pelas forças municipais de segurança de Belém, o episódio foi registrado pelo G1 em vídeos que mostram agentes de segurança pública usando gás lacrimogêneo e spray de pimenta contra indígenas da etnia Warao, refugiados da Venezuela.
O vergonhoso caso foi denunciado pelo grupo de apoio aos indígenas em Belém. Tudo ocorreu na madrugada, por volta das 3h, de segunda-feira (20), dia em que é celebrado o Dia Mundial do Refugiado.
Segundo os indígenas, uma equipe da Guarda Municipal entrou no Abrigo Municipal Indígena, no bairro do Tapanã, periferia de Belém, com “truculência” e “cometendo agressões“.
O grupo de apoio diz que os indígenas também relataram que houve falas “racistas e xenofóbicas” por parte dos agentes. Ainda não se sabe o que motivou a abordagem.
Segundo relato de um dos indígenas, nesta terça-feira (21) alguns moradores do abrigo ainda sentiam os efeitos do gás de pimenta e tinham hematomas causados pelos golpes que teriam sido dados pela “Guarda” de Edmilson Rodrigues – prefeito municipal de Belém.
Cogita-se que os responsáveis pelo abrigo teriam confundido os barulhos da festa com briga e acionado a Guarda. Os indígenas estavam realizando uma festa alusão ao dia dos pais, comemorado em 19 de junho na Venezuela.
A prefeitura de Belém, que gerencia o abrigo por meio da Fundação Papa João XXIII (Funpapa), disse em nota que “está apurando detalhadamente o episódio”. O governo municipal negou que havia algum tipo de festejo cultural ocorrendo no momento e que “diversos desentendimentos acalorados entre os próprios núcleos familiares foram registrados, motivo pelo qual alguns protocolos de mediação de conflitos foram utilizados”.
Ainda em nota, a Funpapa disse que “repudia toda forma de violência contra quem quer que seja e que preza pela garantia da dignidade da pessoa humana em qualquer situação”.
A Prefeitura Municipal de Belém não detalhou o suposto motivo do conflito e ou a medidas preventivas de contenção estabelecidas para mitigar eventos de tal natureza, ou seja, gestão de crise. As informações são do G1 – Pará.
Repressão policial nefasta contra comunidade de refugiados. https://t.co/MSOjDP1b1r
— Sales Pará (@SalesGuilherme_) June 21, 2022